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Brasília – Um dia depois do presidente boliviano, Evo Morales, anunciar que vai nacionalizar as reservas de gás do país até julho, tanto La Paz quanto a Petrobrás – maior empresa do setor na Bolívia – tentaram minimizar as conseqüências do processo. O diretor de Gás e Energia da Petrobras, Sérgio Gabrielli, disse ontem que nunca houve um cenário tão claro nas relações da Petrobrás com o governo boliviano, apesar de desconhecer o conteúdo do decreto de Morales.

A única certeza é que Morales pretende estatizar as reservas e os ativos atualmente em poder das empresas internacionais que atuam no país. O governo boliviano, no entanto, garante que os bens das multinacionais não serão confiscados.

Jornais bolivianos destacaram ontem, em suas edições eletrônicas, que a nacionalização do gás terá sete medidas básicas, segundo o vice-presidente da Bolívia, Álvaro Garcia. Nenhuma delas prevê desapropriação ou confisco de bens das empresas estrangeiras em operação no país.

As medidas mais drásticas são "castigar todas as empresas que tenham se comportado mal e que não tenham cumprido com seus deveres com o Estado" e controlar uma maior porcentagem das ações das empresas privatizadas a partir de 1996, disse Garcia, que chegou a citar, neste caso, as companhias Andina, Chaco e Transredes, de acordo com informações veiculadas pelos jornais La Razón e Jornada.

O banco de investimentos Merril Lynch divulgou um relatório dizendo que ainda é difícil avaliar os impactos econômicos da nacionalização do gás na Bolívia sem conhecer detalhes do projeto. Felipe Leal, analista do banco, considera, porém, que mesmo no pior cenário, que seria o de o governo retomar tudo, desapropriando as empresas estrangeiras em operação no país, o prejuízo para a Petrobrás não seria avassalador, já que sua produção na Bolívia corresponde a apenas 2,4% do seu total.

"Nos últimos anos, nunca houve um horizonte tão claro com relação à Bolívia", disse o diretor de Gás e Energia da Petrobrás. Ele admitiu que a reforma da Constituição bolivianaé um fator de instabilidade.

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