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La Paz – A Petrobrás completou 10 anos de atividade na Bolívia, ontem, em meio à maré de incertezas sobre as condições de operação neste país, após a nacionalização dos hidrocarbonetos decretada em maio pelo presidente do país andino, Evo Morales. A filial boliviana da Petrobrás iniciou suas atividades em 1996 e, desde então, fez investimentos de US$ 1,5 bilhão e pagou impostos ao Estado de US$ 2,2 bilhões, segundo relatório divulgado ontem pela empresa.

Parte desses investimentos se destinou à construção, no lado boliviano, do gasoduto que parte da cidade boliviana de Rio Grande e vai até a região industrial de São Paulo, inaugurado em 1999.

Atualmente, a companhia petrolífera negocia com La Paz as condições nas quais poderá permanecer na Bolívia, no contexto da nacionalização dos hidrocarbonetos, que fixou um prazo de 180 dias e que vence em 28 de outubro, para que as multinacionais assinem novos contratos com o Estado se quiserem continuar neste país.

José Fernando de Freitas, gerente-geral da filial boliviana da Petrobrás, declarou na segunda-feira que o diálogo com o atual ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, segue por um bom caminho, embora ainda falte bastante para a assinatura dos acordos. São "boas negociações, mas temos um longo caminho ainda para percorrer", disse o alto funcionário, que evitou contar detalhes sobre as conversas.

O decreto de nacionalização estipula que as empresas devem assinar novos contratos antes do próximo dia 28, mas uma comissão da Câmara dos Deputados estuda um projeto de lei para ampliar esse prazo. A Petrobrás realiza, há várias semanas, uma intensa campanha de publicidade na imprensa da Bolívia para divulgar seus investimentos e o apoio ao desenvolvimento deste país nos últimos 10 anos.

O empreendimento de marketing também tem o objetivo de rechaçar as acusações do governo de Morales, sobretudo as do anterior ministro de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, que dão conta que a Petrobrás teria violado leis bolivianas.

Soliz renunciou a seu cargo em 15 de setembro, depois do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ter reagido contra uma resolução que dava ao Estado boliviano o monopólio do comércio do petróleo produzido pelas refinarias da Petrobrás. Morales anulou essa medida e aceitou a renúncia de Soliz para acalmar a tempestade.

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