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Porto em que navio atracou é um reduto de piratas. Intenções ainda não foram demonstradas quanto a um possível resgate | Daewoo Shipbuilding and Marine Engineering/ Reuters
Porto em que navio atracou é um reduto de piratas. Intenções ainda não foram demonstradas quanto a um possível resgate| Foto: Daewoo Shipbuilding and Marine Engineering/ Reuters

O superpetroleiro saudita Sirius Star, seqüestrado no fim de semana por piratas somalis, ancorou nesta terça-feira (18) no porto de Haradhere, na costa da Somália, segundo a Vela International, dona do barco.

Fontes da empresa, que não quiseram se identificar, disseram que a empresa está fazendo o possível para liberar o barco, mas negaram que esteja havendo uma negociação com os seqüestradores.

Os 25 tripulantes passam bem. Segundo a Vela, há dois britânicos, dois poloneses, um croata, um saudita e 19 filipinos a bordo.

O pequeno porto em que o navio atracou é um reduto dos piratas e fica a cerca de 300 quilômetros de Mogadíscio, capital da Somália.

Até agora, não há informações sobre as intenções dos piratas, nem foi divulgado se eles pediram resgate.

Piratas somalis capturaram no domingo o supercargueiro totalmente carregado de petróleo, a mais de 834 quilômetros do sudoeste de Mombasa, no Quênia, segundo um comunicado emitido nesta segunda-feira (17) pela Quinta Frota.

O Sirius Star pertence à companhia estatal saudita Aramco. É a maior embarcação já seqüestrada na região, com uma carga de dois milhões de barris de petróleo e avaliada em mais de US$ 100 milhões. A carga ia para os Estados Unidos.

Os Estados Unidos descartaram realizar uma ação militar para libertar o superpetroleiro, informou a comandante da Quinta Frota da Marinha americana, com sede no Bahrein, Jane Campbell.

Ameaça crescente

O seqüestro deve aumentar a pressão por uma ação internacional coordenada contra a crescente ameaça da pirataria na costa somali, que é parte de uma das principais rotas comerciais do mundo.

O comandante do Estado-Maior conjunto dos Estados Unidos, Michael Mullen, disse ter ficado surpreso com o raio de ação dos piratas, já que o petroleiro saudita estava em alto-mar quando foi seqüestrado.

"Fiquei mais surpreso com o procedimento do que com o tamanho do navio", disse Mullen.

Na recente escalada de ataques piratas, nenhum em alto-mar havia sido registrado. Mullen destacou a dificuldade de uma intervenção armada contra os piratas: "Uma vez que tenham abordado (o navio) é muito difícil detê-los porque, evidentemente, têm reféns".

Outra nota discordante do 'modus operandi' habitual é que o ataque aconteceu longe do Golfo de Aden e do Mar Arábico, onde se concentram os ataques atribuídos a homens armados procedentes da Somália, um país em caos desde o começo da guerra civil em 1991.

Este ano, os piratas somalis atacaram pelo menos 83 navios estrangeiros no Oceano Índico e no Golfo de Aden, o dobro de todo 2007, segundo o Escritório Marítimo Internacional.

No domingo, os piratas somalis seqüestraram um cargueiro japonês no golfo, ao mesmo tempo que liberaram outro da mesma nacionalidade e sua tripulação, que estava raptado há seis seis meses.

Alarmada com a situação, a ONU aprovou em junho uma resolução que permite aos navios de guerra atacar os piratas em águas somalis. A União Européia (UE) autorizou a primeira operação naval de sua história para lutar contra a pirataria na região.

A China anunciou na terça-feira que iniciara uma operação de resgate para salvar um de seus pesqueiros capturado semana passada no Quênia. A tripulação foi levada para a Somália.

Já a Marinha britânica informou que entregou oito piratas somalis detidos em alto-mar às autoridades quenianas.

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