O conflito
A coalizão liderada pelos EUA invadiu o Afeganistão em outubro de 2001, sob o argumento de que o país estava dando refúgio ao líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden.
Insurgentes
Até a invasão norte-americana, o Afeganistão era governado pelo Taleban (um grupo fundamentalista islâmico). Líderes talebans fugiram para o Paquistão.
Ataques
O Exército paquistanês tem atacado regiões da Província da Fronteira Noroeste (na fronteira afegã), onde os insurgentes estão concentrados. Recentemente, os EUA vêm realizando ataques aéreos com aviões não tripulados contra alvos militantes no Paquistão e Afeganistão.
Custo humano
Desde o início da ofensiva militar, mais de 100 mil pessoas deixaram o Waziristão do Sul, noroeste do Paquistão. No Afeganistão, a ONU afirma que 1.445 civis foram mortos de janeiro a agosto deste ano, um aumento de 39% em relação ao mesmo período no ano passado.
Temor nuclear
Os EUA e aliados temem que armas nucleares do Paquistão possam cair nas mãos da Al Qaeda ou do Taleban.
Fonte: Da Redação com agências
Alojamento da ONU vira alvo do Taleban
Cabul - Militantes suicidas ligados ao Taleban realizaram ontem um ataque a um alojamento em Cabul onde estavam abrigados funcionários das Nações Unidas, matando 12 pessoas, segundo a polícia afegã. Entre os mortos havia seis funcionários da ONU, o maior número de baixas para a entidade mundial no Afeganistão desde 2001.
Peshawar - A explosão de um carro-bomba num mercado de Peshawar, no noroeste do Paquistão, matou ontem pelo menos cem pessoas, a maioria mulheres e crianças, no maior atentado no país desde 2007. O ataque coincide ainda com a primeira visita da secretária de Estado americana, Hillary Clinton.
As mortes elevam para cerca de 270 os mortos em ações terroristas desde o começo deste mês, quando o ataque a uma missão da ONU em Islamabad sinalizou o início da nova onda de atentados no país atribuída à insurgência ligada ao Taleban.
A nova ação terrorista ocorre apenas 11 dias após o início da nova fase da ofensiva militar do Paquistão contra bastiões insurgentes na região fronteiriça com o Afeganistão, de onde são lançados ataques contra tropas da missão ocidental no vizinho.
A detonação do carro-bomba provocou o desmoronamento de prédios, incluindo uma mesquita, e destruiu completamente estabelecimentos do popular Mina Bazaar, mercado comumente frequentado por mulheres e crianças que, estima-se, perfaçam dois terços das vítimas. Os feridos chegam a 160.
Peshawar, a principal cidade do conflagrado noroeste paquistanês, já fora alvo de um atentado com 49 mortos no dia 9. Na região, ficam o vale do Swat, palco de intensos combates entre militares e insurgentes nos últimos meses e agora sob relativo controle de Islamabad e o Waziristão do Sul alvo da nova ação iniciada no dia 17, que já soma 264 militantes e 33 soldados mortos, segundo militares.
A ação contra o mercado foi a pior desde o atentado em meio ao retorno da premier paquistanesa Benazir Bhutto (1988-90 e 1993-96) do exílio, em outubro de 2007. Bhutto foi assassinada apenas dois meses depois.
Hillary
O atentado de ontem ocorreu três horas depois da chegada de Hillary ao país. Momentos após o ataque, a chanceler manifestou solidariedade ao aliado no combate ao Taleban. "Essa luta não é só do Paquistão. Os extremistas estão comprometidos em destruir o que nos é caro. Então a luta é também nossa.
Ao lado de Hillary, o chanceler do Paquistão, Shah Mahmood Qureshi, reiterou a disposição do país de lutar contra os insurgentes e, dirigindo-se aos terroristas, foi taxativo: "A nossa determinação não esmorecerá. Não seremos derrotados. Nós os combateremos.
A ofensiva do Paquistão é crucial para os planos do governo norte-americano de estabilizar o Afeganistão. A guerra travada no país foi tornada o foco do combate ao terrorismo pelo presidente Barack Obama, em detrimento do Iraque. A Casa Branca enviou "condolências ao país pelo ataque de ontem.
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