Ouça este conteúdo
A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quarta-feira (10) um projeto de lei que reduz as penas do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. O caso foi repercutido em jornais de diferentes partes do mundo horas depois.
O argentino Clarín destacou a redução "drástica" do tempo de prisão e considerou a sessão "caótica", com tentativa de boicote por parte da oposição de esquerda.
A publicação também enfatizou que, se aprovado pelo Senado, Bolsonaro poderá reduzir sua pena de 27 anos de prisão para "mais ou menos dois anos e quatro meses".
O jornal citou a expulsão do deputado de esquerda Glauber Braga, aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que alegou que o PL faz parte de uma "ofensiva golpista", enquanto ocupava brevemente a cadeira do presidente da Câmara, Hugo Motta. A transmissão oficial ao vivo da sessão chegou a ser interrompida devido ao alvoroço e os jornalistas presentes no plenário foram obrigados a deixar a sala e houve cenas de empurrões.
A Agência britânica Reuters frisou que o projeto de lei ainda pode enfrentar desafios na Suprema Corte brasileira, mesmo recebendo respaldo da Câmara e do Senado. A votação ocorreu poucas semanas depois que o ex-presidente de direita começou a cumprir sua sentença de 27 anos por tentativa de golpe.
O jornal alemão DW destacou que, além de Bolsonaro, a votação seria favorável a cerca de 100 apoiadores do ex-presidente que foram presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
A emissora BBC repercutiu o caso com a chamada: "Caos no Congresso do Brasil durante o esforço para cortar a sentença de Bolsonaro". A publicação mencionou ainda documentos judiciais apresentados pela equipe jurídica de Bolsonaro, pedindo a concessão de prisão domiciliar humanitária.
A defesa do ex-presidente já havia solicitado nesta terça-feira (9) ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma autorização para que o ex-presidente fosse submetido a cirurgias para tratar o quadro de soluços e uma hérnia.
