Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Crise

Plano da Grécia prevê mais impostos e cortes

Medidas de austeridade, que precisam de aprovação do Parlamento, são exigências da União Europeia e do FMI

Ativistas que caminharam 240 km, de Esparta até Atenas, protestam na capital contra o plano de ajuste do governo | Yiorgos Karahalis/Reuters
Ativistas que caminharam 240 km, de Esparta até Atenas, protestam na capital contra o plano de ajuste do governo (Foto: Yiorgos Karahalis/Reuters)

O governo grego elevará mais uma vez os impostos para receber mais ajuda da União Europeia (UE), do Fundo Monetário Inter­nacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE), o que elevou a tensão social no país e despertou a ira dos sindicatos, que convocaram uma nova greve geral para a próxima semana, quando o Parlamento votará as novas medidas de austeridade.

Em entrevista coletiva durante um recesso das negociações com as três instituições, conhecidas como a "troika internacional" em Ate­nas, o ministro das Finanças, Evan­gelos Venizelos, anunciou ontem os detalhes do projeto de lei com as novas medidas, aprovado na quarta-feira pelo Conselho de Ministros.

Venizelos afirmou que os esforços do governo socialista serão focados em reformar e tornar mais eficaz o sistema tributário, marcado por uma enorme evasão, e assegurou que o Estado não pretende cobrar mais taxas das camadas mais baixas da sociedade.

Em vista do crescente descontentamento dos cidadãos e da oposição pelas medidas de austeridade, Venizelos acrescentou que o Executivo está buscando "fazer o me­lhor para os cidadãos e para o país".

Detalhes

A aprovação dos novos cortes e medidas de austeridade – que pouparão 28 bilhões de euros (cerca de R$ 64 bilhões) aos cofres gregos até 2015 – é necessária para que o país receba mais uma parcela do pacote de ajuda da União Eu­­ropeia e do FMI, no valor de 12 bilhões de euros (cerca de R$ 27 bilhões).

Caso os novos cortes orçamentários sejam rejeitados na próxima semana, a UE ameaça não liberar esta que é a quinta parcela do pacote que tem o valor total de 110 bi­­lhões de euros (cerca de R$ 252 bilhões).

O plano prevê que o Estado reúna recursos mediante a arrecadação adicional de impostos e corte de gastos públicos. Além disso, inclui a privatização de bens do Estado por outros 50 bilhões de euros em quatro anos.

Novo imposto

Quanto a medidas concretas, Venizelos explicou que será criado um imposto extraordinário de solidariedade.

Para isso, será descontado 1% dos salários entre 12 mil euros e 20 mil euros, uma porcentagem que subirá gradualmente até 4% para as rendas superiores a 100 mil eu­­ros, enquanto deputados, prefeitos e outros altos funcionários pa­­garão 5%.

O patamar a partir do qual se começa a pagar impostos será reduzido de 12 mil euros para 8 mil euros anuais, mas aposentados e jovens de até 30 anos ficarão isentos.

Os trabalhadores autônomos, como advogados, eletricistas e encanadores – cerca de 550 mil pessoas – deverão pagar, além dos im­­postos normais, uma taxa adicional de 300 euros anuais.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.