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OSLO - O apelo do presidente dos EUA, George W. Bush, para acabar com o "vício americano em petróleo" é um passo importante na luta contra o aquecimento global. Isso, no entanto, não significa uma aproximação do plano internacional atualmente em vigor para deter as alterações climáticas, disseram especialistas nesta quarta-feira.

Em seu discurso anual do Estado da União, Bush afirmou que tentaria acabar com a dependência dos EUA em relação ao petróleo investindo em novas tecnologias e ampliando os investimentos em outras fontes de energia, como o carvão, as usinas nucleares, a energia solar e a eólica (do vento), o hidrogênio e o álcool.

- Essas declarações são bastante positivas. A mera menção da energia solar e eólica e de outras fontes de energia é um grande passo - afirmou Hans Joachim Schellnhuber, diretor do Instituto Potsdam para Pesquisas sobre o Impacto Climático, da Alemanha.

A entidade é uma das muitas que acusam Bush de ignorar a luta contra o aquecimento global.

O presidente americano argumentou que os EUA reforçariam a segurança nacional ao acabar com a dependência em relação ao petróleo, um produto muitas vezes importado de regiões instáveis. Bush também disse que seu plano vai "melhorar o meio ambiente".

Mas pesquisadores da área notaram que o dirigente não fez menção ao aquecimento do clima decorrente da queima do petróleo, do carvão e do gás natural. Muitos dos aliados dos EUA vêem nas mudanças climáticas o maior desafio ambiental das próximas décadas.

- Qualquer que sejam os argumentos dele, ele está fazendo os investimentos certos para o clima - afirmou Schellnhuber. - Talvez no fim do mandato de Bush (em 2009), vejamos alguns passos na direção certa em termos de política climática sem que o governo dele tenha admitido uma mudança de postura - emendou.

Em 2001, os EUA não ratificaram o Protocolo de Kyoto, que tenta conter as mudanças climáticas com uma meta de redução das emissões de gases do efeito estufa nos países desenvolvidos. Os americanos são os maiores emissores do mundo de dióxido de carbono, o principal gás do efeito estufa.

Segundo o líder de Washington, o protocolo prejudicaria a economia dos EUA e excluiria erroneamente dos limites obrigatórios os países em desenvolvimento.

Mesmo o grupo ambientalista Greenpeace disse que o plano de Bush - se for seguido - pode ajudar a deter as mudanças climáticas.

- O primeiro passo na cura de um vício é reconhecer o problema - afirmou Steve Sawyer, membro do grupo. - Ele se apresentou e deu o primeiro passo no programa para petrólatras - acrescentou.

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