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Zé Ramalho apresenta seu novo show em Curitiba | Divulgação/Grupo Jam
Zé Ramalho apresenta seu novo show em Curitiba| Foto: Divulgação/Grupo Jam

A descoberta do primeiro exoplaneta do satélite Corot surpreendeu positivamente os astrônomos europeus e brasileiros envolvidos no projeto. Os instrumentos da sonda foram mais precisos do que o previsto e encheram pesquisadores de esperança. Se antes eles esperavam, com algum otimismo, encontrar um punhado de planetas parecidos com a Terra, hoje já acham que algumas centenas de primos terrestres podem ser descobertos -- a qualquer momento. "Podemos encontrar uma Terra hoje", disse ao G1 o brasileiro Eduardo Janot, presidente do Comitê Corot-Brasil.

O planeta encontrado pelo Corot, batizado de Corot-Exo-1b, é um gigante gasoso e quente um pouco maior do que Júpiter –- o tipo mais comum e mais fácil de achar fora do Sistema Solar. Era esperado que o satélite desse de cara com um desses logo, mas não tão logo. E não com tantos detalhes.

"Satélites são coisas que não dá para testar direito em laboratório. Só quando eles já estão em órbita é que podemos ter certeza das coisas que ele pode fazer", explica Janot. "O Corot nos surpreendeu porque ele é ainda melhor do que esperávamos. Antes achávamos que poderíamos encontrar planetas até uma vez e meia o tamanho da Terra. Agora, já acreditamos que planetas do tamanho da Terra poderão ser vistos com facilidade".

Os planetas que Janot e a equipe do Corot pretendem encontrar são um pouco diferentes do Gliese-581c, o primeiro planeta rochoso capaz de abrigar vida fora do Sistema Solar, que foi anunciado na semana passada. "Ainda há muita imprecisão sobre as características do Gliese. Se ele for cinco vezes maior que a Terra, como dizem, a gravidade ali será monstruosa. E a estrela dele é vermelha, não amarela como nosso Sol. O que nós esperamos e vamos encontrar são planetas do tamanho da Terra em estrelas parecidas com nosso Sol".

Se Janot cumprir a promessa, o Corot pode fazer ainda mais pela astronomia. Segundo os dados que os astrônomos estão recebendo, o satélite pode ser capaz de detectar informações iniciais sobre a composição química dos astros encontrados. "A precisão está tão boa que daria para observar a luz da estrela refletida na atmosfera do planeta. Com esses dados, podemos analisar a composição química dessa atmosfera. Se encontrarmos ozônio, dióxido de carbono e água é quase certeza que ali tem vida", diz Janot.

E se tiver vida? O que fazer? "Em primeiro lugar, direcionar nossos radiotelescópios para lá. Se houver vida inteligente, eles podem emitir rádio e nós vamos pegar essas transmissões. Depois, aguardar o lançamento dos satélites Darwin e TPF, por volta de 2012, que terão como objetivo analisar a química dos planetas encontrados", conta o astrônomo.

Se Janot acertou na sua previsão do primeiro parágrafo e hoje os astrônomos do Corot encontrarem uma Terra fora do Sistema Solar, no entanto, a notícia só deve chegar daqui cerca de um mês. É o tempo que demora para os dados das observações serem processados. O Corot-Exo-1b foi visto pela primeira vez por volta do final de fevereiro. Depois de sua descoberta, uma rede de apoio em Terra foi acionada para confirmar, por outras técnicas, que ele realmente era um planeta.

"O Corot observa uma grande área, com cerca de 15 mil estrelas ao mesmo tempo. Todas essas estrelas devem ter planetas, então é preciso tempo para analisarmos tudo o que estamos vendo", explica Eduardo Janot. O astrônomo lembra que os dados do planeta divulgado agora ainda estão muito crus e, depois de mais análise podem revelar ainda mais surpresas.

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