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O chefe da máfia siciliana Cosa Nostra, Bernardo Provenzano, foi detido nesta terça-feira, afirmaram autoridades italianas. Foragido da Justiça há mais de 40 anos, ele era considerado o homem mais procurado da Itália.

O mafioso foi preso quando se escondia numa fazenda perto da localidade de Corleone, na ilha da Sicília, a poucos quilômetros da capital, Palermo.

Bernardo Provenzano é considerado pelas autoridades o chefe da Cosa Nostra desde 1993, quando sucedeu Salvatore Toto Riina.

- Graças a Deus. A caçada finalmente terminou - disse o chefe da polícia de Palermo, Giuseppe Caruso, depois do maior golpe contra a máfia em mais de 13 anos.

Provenzano, conhecido como o "Fantasma de Corleone" por causa da colina de sua cidade natal, ficou famoso depois da trilogia cinematográfica "O poderoso chefão".

Quando os agentes invadiram a fazenda nesta terça-feira, o mafioso não tentou resisitir e confirmou sua identidade após negá-la uma primeira vez. Ele foi levado de helicóptero para um local secreto em Palermo.

Provenzano, de 73 anos, era procurado desde 1963. Ele foi condenado à prisão perpétua por ligação com os crimes mais conhecidos da máfia nas últimas décadas, incluindo os assassinatos em 1992 dos magistrados Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, que combatiam a máfia. Ele não esteve presente em seu julgamento.

A foto mais recente que a polícia tinha dele foi tirada quando Provenzano tinha 25 anos. Os agentes usavam imagens de computador prevendo como ele teria envelhecido.

A polícia disse ter encontrado bilhetes codificados em pequenos pedaços de papel, conhecidos como "pizzinii", pelos quais o mafioso se comunicava com seus cúmplices e sua família.

Em Corleone, as notícias de sua captura foram recebidas com descrédito.

- As pessoas ficaram chocadas - disse o jornalista Dino Paternostro - Seu mito de invencibilidade faz parte de nossa psique. A maioria as pessoas acreditava que ele nunca seria pego.

Quando jovem, Provenzano era conhecido como "Binnu, o trator", por causa da maneira como ele eliminava inimigos como assassino profissional do clã Corleone.

Sua habilidade de fugir por tantos anos, ao mesmo tempo que permanecia na Sicília, se tornou legendária.

No ano passado, o promotor italiano Pietro Grasso causou uma confusão quando disse que Provenzano era protegido por políticos e policiais.

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