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A polícia alemã disse no sábado (horário local) ter encontrado traços de radiação em um apartamento na cidade de Hamburgo, no mesmo prédio onde mantém um flat o executivo russo Dmitry Kovtun, que se encontrou com o espião assassinado Alexander Litvinenko no dia em que ele adoeceu.

Os vestígios de radiação não foram encontrados no apartamento de Kovtun, mas em outra residência no mesmo bloco, disse um porta-voz da unidade regional de investigação criminal de Hamburgo.

A polícia não encontrou uma fonte de radiação durante a busca no bloco de apartamentos no distrito de Ottensen, ao norte da cidade portuária, mas os traços podem ser um sinal de que uma fonte de radiação esteve ali, acrescentou o porta-voz.

A radiação matou Litvinenko no dia 23 de novembro, 22 dias depois do envenenamento por polônio 210, uma substância radioativa.

Um sócio de Kovtun que também se encontrou com o ex-espião no dia em que ele começou a se sentir mal está sofrendo os efeitos do envenenamento por radiação.

Andrei Lugovoy está com órgãos vitais danificados, sintomas compatíveis com a exposição a níveis perigosos de radiação, afirmou nesta sexta-feira a agência russa Interfax.

Dmitry Kovtun também está internado, e Mario Scaramella, um contato italiano de Litvinenko, já se submeteu a tratamento em Londres por causa da contaminação.

As informações sobre Kovtun são contraditórias. Há quem diga que ele está em estado grave, mas um advogado que falou com seus representantes disse à Reuters que essas informações estão erradas.

Litvinenko, que foi enterrado em Londres na quinta-feira, acusou o Kremlin de ter tramado o envenenamento. O caso reviveu lembranças das intrigas de espionagem da Guerra Fria, e abalou as relações entre a Grã-Bretanha e a Rússia.

"O estado de Lugovoy é consideravelmente melhor que o de Kovtun, mas ele também tem sintomas de contaminação", noticiou a Interfax, baseada em anotações médicas sobre Lugovoy.

Especialistas estavam se preparando para buscar vestígios de radiação nos estúdios do programa "Russian Today", onde Lugovoy deu uma entrevista no dia 24 de novembro, disse uma fonte à Reuters.

Já foram encontrados vestígios na embaixada britânica na Rússia, onde Lugovoy esteve.

O Kremlin já negou participação no envenenamento e manifestou seu desagrado com a grande cobertura da imprensa britânica às alegações contra o presidente Vladimir Putin.

Lugovoy e Kovtun encontraram-se com Litvinenko no Hotel Millennium, em Londres, no dia 1º de novembro, para o que, segundo Lugovoy, foi uma reunião de negócios. Lugovoy negou envolvimento no envenenamento e se ofereceu para ajudar a polícia.

Não foi revelado em que hospital eles estão internados, e seus representantes não estavam atendendo aos telefones nesta sexta-feira.

Investigadores britânicos trabalharam nesta sexta em Moscou, pelo quarto dia seguido, no inquérito sobre a morte de Litvinenko, que era naturalizado britânico.

Eles já interrogaram Kovtun, junto com investigadores russos. Uma das principais teorias sobre o crime é que ele tenha sido obra de elementos isolados dos serviços de inteligência russos, que teriam atuado sem o conhecimento do Kremlin.

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