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Jornalista Glenn Greenwald (à esq.) abraça o namorado David Miranda no aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro | Ricardo Moraes/Reuters
Jornalista Glenn Greenwald (à esq.) abraça o namorado David Miranda no aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro| Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Nota

Para embaixador Alex Ellis, episódio foi "questão operacional"

A Embaixada do Reino Unido em Brasília afirmou que o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, conversou ontem por telefone com o chanceler britânico, William Hague, sobre o caso de Miranda.

Segundo a nota, Patriota e Hague concordaram que representantes de ambos os governos permanecerão em contato sobre o assunto e afirmou que o caso "continua sendo uma questão operacional da Polícia Metropolitana de Londres".

"O Reino Unido e Brasil têm uma forte relação bilateral. Nós trabalhamos em estreita parceria em diversas áreas, incluindo comércio e investimento, educação e energia. Continuamos a discutir uma vasta gama de questões de importância mútua para a política externa e para a agenda de segurança internacional", disse o embaixador Alex Ellis na nota.

Agência Estado

Ligação

Casa Branca foi avisada sobre a detenção de Miranda em Londres

A Casa Branca recebeu antecipadamente a informação sobre os planos do governo britânico de deter o parceiro de Glenn Greenwald, o jornalista do Guardian que escreveu uma série de matérias sobre práticas de vigilância norte-americanas, declarou o porta-voz Josh Earnest.

Durante a coletiva diária na Casa Branca, Earnest negou-se a condenar a detenção do brasileiro David Miranda e não respondeu a perguntas diretas sobre se autoridades norte-americanas expressaram alguma preocupação a seus colegas britânicos a respeito do plano do Reino Unido.

"Isso foi algo sobre o que tínhamos uma indicação de que iria ocorrer", disse Earnest. "Mas não é algo que tenhamos solicitado."

Miranda, parceiro de Greenwald, foi mantido no aeroporto de Heathrow por nove horas. Autoridades disseram que ele foi detido sob a lei antiterrorista britânica e que vários de seus aparelhos eletrônicos foram confiscados, incluindo seu telefone celular, seu laptop e seu videogame.

"Espero que o Senado esteja vendo isso e espero que eles façam alguma coisa, porque a gente sabe o que está acontecendo", disse Miranda. Greenwald é um dos jornalistas a quem o delator Edward J. Snowden repassou documentos secretos sobre os programas de vigilância norte-americanos.

Earnest disse não saber com que antecedência as autoridades norte-americanas foram notificadas ou se os Estados Unidos esperam receber informações das autoridades britânicas obtidas durante o interrogatório.

Agência Estado

A polícia e o governo britânico terão que explicar oficialmente a detenção do brasileiro David Miranda, namorado do jornalista Glenn Greenwald, no aeroporto de Heathrow. O ouvidor independente David Anderson vai investigar se houve abuso na aplicação das leis antiterrorismo, que dão poderes especiais às autoridades desde 2000.

Se concluir que o brasileiro foi detido ilegalmente, ele deve enviar um relatório especial ao Parlamento e sugerir mudanças imediatas na legislação. Miranda ficou retido quase nove horas numa sala com seis agentes da Scotland Yard (polícia metropolitana de Londres), quando fazia escala no país para voltar ao Rio.

A viagem de Miranda a Berlim foi financiada pelo jornal britânico Guardian, onde trabalha Greenwald. Lá, ele visitou Laura Poitras, documentarista americana que auxilia o jornalista na divulgação dos documentos repassados por Edward Snowden. Um porta-voz do primeiro-ministro David Cameron saiu em defesa das leis antiterror e disse que caberá à própria polícia examinar se houve abuso em sua aplicação.

"O governo toma todos os passos necessários para proteger a sociedade de indivíduos que possam representar ameaças à segurança nacional", afirmou o porta-voz ao jornal The Guardian, para o qual Greenwald trabalha. "Cabe à polícia decidir quando a necessidade e a proporção do uso desses poderes."

Mais cedo, deputados da oposição trabalhista criticaram a detenção do brasileiro. Yvette Cooper, responsável por fiscalizar o Ministério do Interior, cobrou uma investigação urgente do caso. "Qualquer suspeita de que os poderes contra o terrorismo estão sendo usados de forma incorreta deve ser investigada e esclarecida com urgência", afirmou.

A polícia londrina afirmou que não divulgará mais informações sobre o caso. A instituição se recusou a responder por que o brasileiro foi detido e o que será feito com os bens dele que foram confiscados, incluindo um laptop e um celular.

Brasil

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) está levantando informações sobre a segurança da rede das empresas brasileiras, informou ontem o presidente do órgão, João Rezende. "Estamos perguntando como é a rede [das empresas], como é o sistema, se tem barreira contra vazamento de dados", afirmou durante evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro. O presidente da agência disse que os americanos argumentam que estão fiscalizando apenas empresas americanas que atuam no Brasil, como Google e Facebook.

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