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A polícia da África do Sul voltou a ficar nesta sexta-feira (15) contra a parede com a revelação de um novo caso de tortura, em que um policial arrastou um homem após amarrá-lo em sua viatura.

"É vergonhoso e repulsivo", admitiu hoje o ministro da polícia, Nathi Mthethwa, à rádio pública sul-africana "SABC".

Mthethwa comentou o caso depois que o departamento de investigação interna da Polícia (Ipid, na sigla em inglês) anunciou nesta semana a detenção, na província do Noroeste, de um sargento por prender sem motivo uma pessoa e arrastá-la pela estrada amarrada ao veículo da polícia.

O homem atacado, que trabalha como intérprete em um julgamento e foi tratado no hospital, foi pego pelo sargento enquanto aconselhava um jovem que havia sido intimidado pelo sargento e outro agente, informou a agência de notícias "Sapa".

O sargento, de 36 anos e cujo nome não foi revelado, interrogou ao intérprete sobre sua conversa com o rapaz, o ameaçou e o arrastou cerca 100 metros com seu automóvel, segundo a versão que maneja a Ipid.

O sargento, detido na quarta-feira passada, deve depor hoje ao juiz no Tribunal da Magistratura de Mmabatho.

O crime de que é acusado lembra muito a morte do taxista moçambicano Mido Macia em uma delegacia de Johanesburgo, em 27 de fevereiro.

Esse fato provocou uma condenação contundente do presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e de organizações internacionais de direitos humanos como Anistia Internacional (AI).

Após ser detido por um acidente de trânsito, Macia foi amarrado pelas mãos na parte traseira de um carro policial e arrastado por cerca de 400 metros pela calçada.

Seu corpo foi encontrado poucas horas depois na delegacia de Daveyton (Johanesburgo).

Nove policiais foram detidos por causa do episódio e serão julgados por assassinato. A autópsia revelou que Macia morreu asfixiado e que foi torturado antes de morrer.

Segundo relatório recente da IPID, 932 pessoas morreram entre 2011 e 2012 sob custódia policial ou em incidentes com as forças da ordem. EFE

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