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Dezenas de palestinos entraram em confronto com a polícia israelense nesta terça-feira em Jerusalém Oriental, em um "dia de fúria" convocado pelo Hamas em protesto contra a sagração por Israel de uma antiga sinagoga na cidade.

O incidente representa mais um desafio aos esforços de mediação dos EUA na região, e coincide com uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Israel e Cisjordânia.

Na semana passada, Israel irritou seus aliados norte-americanos ao anunciar um projeto para a construção de 1.600 casas em um bairro da Cisjordânia anexado ao município de Jerusalém.

Na terça-feira, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel não irá recuar no projeto. Numa aparente retaliação, o representante especial da Casa Branca para o Oriente Médio, George Mitchell, cancelou sua volta à região, contrariando a programação previamente divulgada.

Os confrontos ocorreram em vários pontos de Jerusalém Oriental. Os palestinos atiraram pedras nos policiais, queimaram pneus e vandalizaram lixeiras. A polícia reagiu com gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Cerca de 40 palestinos foram atendidos em hospitais com ferimentos leves. Dois policiais também se feriram, segundo fontes médicas.

Um porta-voz policial disse que cerca de 3.000 agentes estão em alerta desde que o grupo islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, mas também tem grande influência na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, convocou os protestos.

"Pedimos ao povo palestino que veja a terça-feira como um dia de fúria contra os procedimentos da ocupação em Jerusalém contra a mesquita Al Aqsa", disse o Hamas, referindo-se ao terceiro templo mais sagrado do islamismo, que fica em Jerusalém.

O Hamas alega que a reforma na sinagoga Hurva, que fica no bairro judaico da Cidade Velha de Jerusalém, é parte de um plano israelense para demolir a mesquita Al Aqsa, a cerca de 400 metros dali, para reconstruir no local um templo judaico como os que existiam na antiguidade.Israel nega tal acusação, e o Departamento de Estado dos EUA pediu calma, acusando os palestinos de usarem as obras na sinagoga como pretexto para incitação e descaracterização dos fatos.

Na segunda-feira houve uma cerimônia de reinauguração da sinagoga Hurva, destruída por forças jordanianas numa guerra em 1948. Israel capturaria a área 19 anos depois, e ainda hoje considera Jerusalém como sua capital "eterna e indivisível." Os palestinos reivindicam a parte oriental como capital do seu eventual Estado.

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