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A polícia e manifestantes oposicionistas voltaram a se enfrentar nesta quarta-feira (24) nas ruas de Teerã, segundo testemunhas ouvidas pelas agências Reuters, AP e EFE. Não há informações sobre vítimas.

Pelo menos 200 pessoas que protestavam contra o resultado das eleições presidenciais do último dia 12 foram dispersadas pelos policiais com gás lacrimogêneo, de acordo com as testemunhas

A imprensa estrangeira está proibida de acompanhar os protestos de rua, o que dificulta a checagem das informações.

CIA

O ministro iraniano do Interior acusou nesta quarta a CIA, agência de espionagem dos EUA, de ajudar a financiar "desordeiros", aumentando as acusações de envolvimento do Ocidente nas manifestações de rua após a eleição presidencial do país, contestada pela oposição.

"Grã-Bretanha, América (EUA) e o regime sionista (Israel) estão por trás da recente agitação em Teerã", disse o ministro do Interior, Sadeq Mahsouli, segundo a agência de notícias semioficial Fars.

"Muitos dos desordeiros estão em contato com a América, a CIA, a OMK e estão sendo alimentados por seus recursos financeiros", afirmou. A OMK (Organização Mujahideen Khalq) é um grupo iraniano de oposição exilado. Irregularidades

Mais cedo nesta quarta, o candidato conservador derrotado Mohsen Rezaei decidiu retirar as queixas que tinha apresentado ao Conselho de Guardiães do Irã, pelas supostas irregularidades nas eleições presidenciais de 12 de junho.

Em carta enviada ao presidente do Conselho, Ahmad Jannati, o conservador se queixa da "falta de tempo" para seguir com o processo. "A situação política, social e de segurança entraram em uma fase delicada e sensível, que é muito mais importante que a própria eleição", afirmou Rezaei, que obteve somente 1,73% dos votos.

A desistência ocorreu poucas horas depois de o líder supremo da Revolução Iraniana, o aiatolá Ali Khamenei, conceder a prorrogação de cinco dias no prazo dado aos Guardiães da Revolução para que estudem as queixas dos três candidatos derrotados.

Reunidos, estes candidatos apresentaram até o momento 646 queixas por supostas irregularidades no pleito que deu vitória ao atual presidente, o ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, além de pedir a anulação do processo e a repetição da votação.

O Conselho de Guardiães admitiu que pelo menos 50 cidades registraram um número maior de votos que de eleitores recenseados. No entanto, já advertiu que isso não seria suficiente para mudar o resultado das eleições, e por isso sua repetição foi descartada.

Desde que os resultados provisórios das eleições foram divulgados, o Irã se transformou em palco de protestos e enfrentamentos que até o momento custaram a vida de pelo menos 20 pessoas, segundo números oficiais.

Khamenei

O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta quarta-feira (24) que as autoridades não cederão à onda de manifestações contrárias à reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad.

"Nos recentes incidentes que envolvem a eleição, eu venho insistindo na aplicação da lei e continuarei. Nem o sistema, nem o povo vão ceder pela força", declarou.

Diplomacia

O ministro iraniano de Relações Exteriores disse nesta quarta Teerã estava considerando diminuir os laços com o Reino Unido, que o país islâmico acusa de interferência em sua contestada eleição presidencial, disse a agência de notícias Isna.

O comentário feito por Manouchehr Mottaki ocorrreu um dia depois de os laços entre os dois países terem sido novamente golpeados, com os britânicos anunciando a expulsão de dois diplomatas iranianos em resposta à expulsão de dois diplomatas britânicos por Teerã.

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