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O comandante-geral da polícia de Zurique, Phillip Hotzenkocherie, confirmou que a brasileira Paula Oliveira pode ser indiciada criminalmente por tentativa de armar uma farsa. A lei Suiça prevê tratamento psicológico, multa ou até prisão nesse tipo de caso.

O pai Paula disse neste sábado (14), em Zurique, na Suíça, que não tem como provar que a filha estava grávida no dia em que ela disse ter sido atacada por neonazistas. Ele afirmou, também, que ainda não conversou com ela sobre a reviravolta do caso depois que a polícia de Zurique levantou a suspeita de que Paula poderia ter cometido auto-flagelação.

Paulo Oliveira acompanha a filha no quarto em que está internada no hospital universitário de Zurique. Paula Oliveira, que diz ter sofrido um aborto após ao ataque, ainda não tem previsão para receber alta.

Oliveira não descarta a possibilidade de contratar um advogado local para acompanhar as investigações na Suíça. Ele diz estar desapontado com as suposições da policia.

Para a cônsul brasileira em Zurique, Vitória Cleaver, não há razão para duvidar dos legistas no que se refere à inexistência de uma gravidez no dia do incidente. Ela acha que o governo Suíço não ia armar uma história que poderia facilmente ser desmascarada, o que provocaria um choque diplomático entre o Brasil e a Suiça. "Não tenho elementos para duvidar disso", disse.

Sobre as suspeitas de que Paula teria se flagelado, a cônsul prefere evitar comentários e manter a cautela até que tudo seja esclarecido. Mas, segundo ela, Paula se mostra muito convincente. "Ela demonstra ser esclarecida e parece convencida da versão que apresentou", afirmou a cônsul.

Nos principais jornais suíços, alguns artigos chegam a ironizar o presidente Lula pelas declarações dadas esta semana sobre o caso.

Também afirmam que a gravidez inventada seria uma técnica comum entre mulheres brasileiras para pressionar seus namorados, noivos ou maridos. E acusam o Brasil de ser um dos países mais xenófobos do mundo, onde 72% da população seriam contra à recepção de estrangeiros.

O Ministério das Relações Exteriores informou que não fará comentários sobre o caso até que as investigações sejam concluídas pela polícia suíça.

Caso Paula

Paula alega ter sido agredida por três homens brancos, com cabelo raspados, na noite de segunda-feira (9) em Dubendorf, cidade que fica perto de Zurique. Ela diz que a agressão fez com que ela perdesse os filhos gêmeos que estava esperando, além de deixá-la marcada com cortes em todas as partes do corpo.

Na sexta-feira (13), a polícia da Suíça disse que Paula Oliveira não estava grávida no momento da agressão. A polícia cita exames do Instituto de Medicina Legal e do Hospital Universitário de Zurique.

O comunicado da polícia também informa que ainda não está claro se os ferimentos no corpo da brasileira, de 26 anos, foram infligidos pelos agressores ou por ela mesma.

SVP quer punição

Mesmo sem conclusão final do caso, os jornais suíços publicaram a notícia de que o partido da sigla SVP colocou em dúvida o direito da brasileira de permanecer no país. O partido de direita exige também que Paula pague pelos custos da investigação.

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