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Nova Orleans (Folhapress/AE) – O prefeito de Nova Orleans, Ray Nagin, autorizou a polícia local a usar de força para retirar cerca de 10 mil pessoas que permanecem na cidade e se recusam a deixar a região, apesar de 60% da área continuar coberta de lama. Cinco mortes registradas nos últimos dias teriam sido provocadas por doenças relacionadas à presença excessiva de bactérias na água.

A contaminação da água que cobre as ruas de Nova Orleans foi confirmada ontem. O risco vem da presença de combustível de veículos arrastados, de resíduos fecais e de restos de cadáveres, entre outras substâncias tóxicas.

O superintendente da polícia de Nova Orleans, Edwin Compass, disse que os sobreviventes do furacão Katrina, que passou por Nova Orleans no último dia 28, serão retirados de suas casas mesmo que não queiram. "Nós faremos de tudo para salvar essa cidade. Essas pessoas não entendem que estão pondo suas próprias vidas em risco", disse Compass.

Mas a cidade, que era conhecida como a terra do jazz e do Mardi Gras (dia de carnaval católico, comemorado principalmente em Nova Orleans) antes de ser devastada pelo Katrina a proporções vistas somente em países do Terceiro Mundo –, enfrenta outro problema: muitas das famílias que ainda têm de ser retiradas não têm parentes em nenhum outro estado dos EUA.

US$ 150 bilhões

Os prejuízos da passagem do furacão Katrina por Louisiana, Mississippi e Alabama já ameaçam chegar à soma dos US$ 150 bilhões, o que, segundo especulações, faz o governo americano pensar se realmente vale a pena reconstruir Nova Orleans – por causa do alto custo e da vulnerabilidade da região em ser atingida por outros furacões.

Apenas para cobrir gastos com ajuda às vítimas do furacão, o presidente George W. Bush deve pedir ao Congresso americano cerca de US$ 40 bilhões. A ajuda internacional contabilizada até ontem chegava a US$ 1 bilhão.

O bombeamento do lamaçal deve continuar. Fechados os diques cuja ruptura inundou a cidade, imensas bombas começaram a drenar Nova Orleans, numa operação que deve se estender por pelo menos três meses.

A previsão de que 10 mil pessoas morreram na tragédia, que era considerada exagerada na semana passada, agora é definida como realista por testemunhas ouvidas pelas redes de tevê norte-americanas.

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