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Investigação

Policiais e legista do Brasil repatriam corpos de dois linchados na Bolívia

Os restos dos jovens estavam em bolsas em uma vala comum no cemitério de San Matías e, após serem desenterrados, foram levados à cidade de Cáceres, no Mato Grosso, de acordo com fontes jornalísticas

Policiais e um médico legista do Brasil exumaram nesta quinta-feira (16) no povo boliviano fronteiriço de San Matías os corpos dos dois brasileiros queimados na terça-feira (14) com um combustível de origem vegetal e os transferiram ao Brasil, informou uma fonte oficial. O chefe da Polícia de San Matías, major Edwin Rojas, disse à Agência Efe, por telefone, que dez agentes brasileiros e um médico legista foram autorizados a ingressar na cidade e exumar os corpos enterrados na quarta-feira por ordem de um promotor.

Os restos de Rafael Max Diez, de 27 anos, e Jefferson Castro Da Lima, de 22, estavam em bolsas em uma vala comum no cemitério de San Matías e, após serem desenterrados, foram levados à cidade de Cáceres, no Mato Grosso, informaram fontes jornalísticas. Os brasileiros foram queimados vivos com um combustível de origem vegetal na noite de terça-feira depois de conseguirem tirá-los das celas onde estavam presos sob a guarda de dez policiais, um promotor e um chefe militar que foram agredidos.

Cerca de 400 habitantes se revoltaram ao saber que a polícia os prendeu e que eram os dois suspeitos de assassinar a tiros na segunda-feira três bolivianos e ferir outros dois, com quem negociavam a venda de duas motos. Segundo o major Rojas, a situação dos policiais de San Matías é muito complicada porque devem investigar o crime, mas eles e suas famílias foram ameaçados de morte de forma anônima.

O governo brasileiro manifestou seu "repúdio" ao linchamento dos dois brasileiros e pediu rigor e rapidez nas investigações para esclarecer o ocorrido. O ministro de governo, Carlos Romero, disse ao canal de televisão "Red Uno" que visitou a cidade na quarta-feira e viu que os ânimos da população "ainda estão muito esquentados" e que o mais prudente agora é conseguir "a pacificação da região".

Diante da reivindicação do Brasil de uma investigação, Romero disse que ela deve ser completa e incluir os antecedentes dos brasileiros, se tinham autorização para levar armas e se a venda de motos estava relacionada com outros crimes. Acrescentou que as autoridades da Bolívia estão "consternadas" pelo acontecido e apoiam coordenar a investigação com seus colegas do Brasil em San Matías, onde vivem 12 mil pessoas, das quais 70% são bolivianos e o restante, brasileiros.

Em várias áreas da fronteira entre ambos os países, de mais de 3 mil quilômetros, há violência relacionada ao tráfico de drogas e ao comércio de carros roubados, como reconheceu o ministro.

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