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Washington - Forças policiais de várias grandes cidades norte-americanas vêm realizando treinamentos especiais nos últimos dias, preparando-se para a eventualidade de tumultos na noite da próxima terça-feira, a da eleição presidencial. Há uma preocupação especial em cidades onde é maior a concentração da comunidade negra — como Chicago, Detroit, Filadélfia, Washington, Atlanta e Cincinnati.

O temor é que tanto uma derrota quanto uma vitória de Barack Obama venha provocar arruaças. Por isso também as cidades de Miami, Los Angeles e Oakland já prepararam esquemas especiais de segurança. Nessas três localidades aconteceram grandes distúrbios motivados por violência policial contra negros.

A grande preocupação das autoridades é quanto ao cenário de Obama — hoje apontado como favorito — perder as eleições por uma margem mínima:

"Se isso acontecer, muita gente vai supor que a eleição foi roubada. Isso será uma oportunidade para quem quer provocar badernas", disse o republicano Bob Parks, negro, candidato a deputado em Massachusetts.

Mesmo uma vitória de Obama preocupa as autoridades, que vêm monitorando gangues de jovens que costumam se aproveitar de celebrações públicas, como finais de campeonato de futebol americano e de basquete, para sair às ruas e destruir vitrines e saquear lojas.

Aumento de eleitores

Para o marqueteiro e comentarista político da CNN James Carville, que foi conselheiro das duas campanhas presidenciais de Bill Clinton, outro aspecto da eleição poderá provocar distúrbios. Trata-se do extraordinário aumento do número de eleitores neste ano, com a perspectiva de problemas em locais de votação maiores dos que os registrados na eleição passada, em 2004.

Em Ohio, por exemplo, eleitores de comunidades predominantemente negras tiveram que aguardar de seis a oito horas para votar, devido a falhas técnicas atribuídas a uma tentativa de boicotar eleitores de tendência claramente democrata.

"Muitos democratas certamente vão externar angústia e irritação nesse dia, porque o sistema de votação vai estar muito congestionado em todo o país porque desta vez o comparecimento às urnas será fora do normal", previu Carville.

Por isso, além das tropas de choque especializadas em distúrbios públicos, a polícia está escalando equipes para a vigilância nos arredores de locais de votação. Tanto a campanha de John McCain quanto a de Obama solicitaram às autoridades que a presença de agentes não seja tão ostensiva que possa intimidar eleitores.

O FBI monitora sites que defendem a supremacia branca.

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