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Varsóvia (AFP) – Os poloneses vão escolher daqui a duas semanas seu próximo presidente da República entre o liberal Donald Tusk e o conservador Lech Kaczynski, que triunfaram ontem no primeiro turno da eleição presidencial, de acordo com pesquisas de boca-de-urna Tusk ganhou o primeiro turno com 38,5% dos votos. Ele tem mais de cinco pontos de vantagem sobre seu principal adversário, Lech Kaczynski, que soma entre 32% e 33% dos votos, informaram as redes de tevê imediatamente depois do fechamento dos centros de votação, às 20h locais (15h em Brasília). Os poloneses confirmaram assim o retorno da direita ao comando do país, que já havia começado nas legislativas de 25 de setembro.

O segundo turno da eleição presidencial está marcado para o dia 23 de outubro. Donald Tusk, 48 anos, é o presidente da liberal Plataforma Cívica (PO). Já o candidato Lech Kaczynsky, 56 anos, é o candidato do partido católico conservador Direito e Justiça (PiS), presidido por seu irmão gêmeo Jaroslaw Kaczynsky. "Esta vitória inicial nos dá esperanças para o segundo turno", declarou Tusk. "Estou convencido de que venceremos no segundo turno, pois a visão de uma Polônia solidária é, para a maioria dos poloneses, mais atraente que a de uma experiência liberal", afirmou, por sua vez, Kaczynski.

Redistribuição

Tusk e Kaczynski se distanciaram dos demais candidatos. O populista Andrzej Lepper obteve pouco mais de 13% dos votos, e o social-democrata Marek Borowski entre 9% e 10%. "O resultado confirma a tendência dos últimos meses", comentou Stanislaw Mocek, especialista em política da Academia polonesa das Ciências. "Os dois candidatos vão brigar principalmente pelos eleitorados de Lepper e de Borowski. Os partidários do primeiro são mais inclinados a votar em Kaczynski e no seu programa de solidariedade social. Já os eleitores de Borowski são mais propensos a apoiar Tusk", explicou.

O atual presidente, o ex-comunista social-democrata Aleksander Kwasniewski, 50 anos, não podia se apresentar novamente após dois mandatos de cinco anos na presidência do país que sonha em reduzir a taxa de desemprego, atualmente em 20% da população economicamente ativa. Desde maio de 2004, a nação faz parte da União Européia (UE) e, por isso, recebeu grande injeção de investimentos e apoio para ajustar sua economia de modo a poder adotar, nos próximos anos, o euro como moeda em lugar do zloti.

Desafios econômicos à parte, nas legislativas de 25 de setembro, o PiS de Kaczynski havia triunfado com 29,66% dos votos, chegando na frente do PO de Tusk (24,14%). Juntos os dois partidos de direita têm uma maioria de 288 deputados - de um total de 460 - na Câmara Baixa do Parlamento. O nível de participação nas eleições deste domingo foi de cerca de 50%, ou seja, bem mais alto que o registrado para as legislativas (60% de abstenção).

Poderes

Na Polônia, os poderes do presidente da República, eleito no sufrágio universal direto para um mandato de cinco anos, são muito menos importantes que os do primeiro-ministro. No entanto, ele é o comandante-chefe das Forças Armadas e o coordenador da política externa.

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