• Carregando...

Tóquio (AE/AP) – A população do Japão declinou neste ano pela primeira vez na história, anunciou o governo, assinalando uma reviravolta demográfica numa das sociedades com o envelhecimento mais rápido do mundo. O levantamento anual do Ministério da Saúde mostrou que este ano o número de mortes superou o de nascimentos em 10 mil – a primeira vez que isto ocorre desde que tais dados começaram a ser compilados em 1899.

Projeções anteriores apontavam que o declínio iria começar em 2006, e os 127,7 milhões de japoneses seriam 100,7 milhões em 2050. O anúncio de ontem mostrou que a situação é ainda mais dramática.

O índice de natalidade cada vez mais baixo – 1,29 filho por japonesa em 2004, também um recorde negativo – está na raiz da queda populacional. Razões mais citadas para as mulheres terem poucos filhos são o casamento em idade mais avançada, falta de moradias apropriadas, falta de creches e o alto custo da educação.

O declínio populacional tende a ameaçar o país com carência de mão de obra, redução da base fiscal e causar uma pressão insustentável na previdência social, com cada vez mais aposentados sendo mantidos por cada vez menos trabalhadores.

O relatório apontou que em 2005 houve 1.067.000 nascimentos contra 1.077.000 mortes. No começo do ano, o governo informará que em 2004 um em cada cinco japoneses tinha 65 anos ou mais. A previsão é de que na próxima década será um em cada quatro.

Queda

Agora o Japão se soma a Alemanha e Itália, duas das principais nações industrializadas do mundo cujas populações começaram a diminuir. A previsão é de que a China, o país mais populoso do mundo, registre queda no número de habitantes a partir da próxima geração.

O fenômeno aparece também nos países mais desenvolvidos da Ásia. A Coréia do Sul tem uma taxa de fertilidade de 1,17 filho por mulher. Para manter a atual população seriam necessários mais de dois filhos por casal.

A redução populacional e o envelhecimento das massas representam desafios inéditos. Esses problemas só apareciam após guerras e grandes desastres naturais. A tendência só começou a se confirmar nos últimos dez anos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]