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Todos os portos da costa norte-americana ainda estão vulneráveis a ataques terroristas, apesar dos atuais esforços para proteger a indústria marítima, afirmaram especialistas na área de segurança.

Stephen Flynn, especialista em estudos de segurança nacional no Conselho de Relações Exteriores, disse que as medidas para garantir a segurança dos portos devem se concentrar na detecção de ataques terroristas em potencial e na proteção do sistema de navegação dos EUA.

Numa conferência intitulada "Segurança portuária e os desafios e implicações para os EUA", realizada na quinta-feira, Flynn ressaltou a importância de manter o sistema ativo no caso de uma falha de segurança, tornando-o pouco atraente como alvo para o terrorismo.

- O sistema tem de ser resistente o suficiente para aguentar um golpe - disse ele, acrescentando que a retirada das cargas dos navios no porto de Nova York sofreu atrasos de alguns dias após os ataques de 11 de setembro de 2001.

- Um navio com óleo para aquecimento ficou parado ali por alguns dias. Teria sido grave se fosse inverno - disse Flynn. - O importante é que os portos dos EUA estão vulneráveis a ataques terroristas.

O especialista também apontou possíveis falhas no novo programa de identificação de trabalhadores do transporte (TWIC), implementado no fim de abril pelo Departamento de Segurança Interna. Pelo programa, foram verificados os antecedentes de quase 400 mil funcionários de portos dos EUA. Na próxima fase, o número subirá para 750 mil.

As verificações incluirão o histórico criminal, listas de terroristas, status de imigração, entre outros.

- Há um número desconhecido de trabalhadores ilegais na indústria caminhoneira, e algumas empresas de transporte podem usar um número reduzido de trabalhadores selecionados para entrar e sair dos portos, evitando assim as verificações de segurança - disse ele.

Esses motoristas poderiam entregar os caminhões carregados para outros motoristas, do lado de fora do porto, e então dirigir outro caminhão vazio para dentro do porto, afirmou Flynn.

Segundo o especialista, a cadeia de transportes ainda pode ficar comprometida mesmo após a implantação total do programa TWIC, porque não há um sistema de rastreamento de contêineres.

Gary Gilbert, chefe de segurança da Hutchison Port Holdings, disse que os Estados Unidos conseguiriam verificar cerca de 85 por cento dos 12 milhões de contêineres que chegam ao país por ano.

A Hutchison Port Holdings é uma das maiores operadoras portuárias do mundo.

Hoje, apenas 5,5% dessas cargas são verificadas no exterior antes de chegarem aos portos norte-americanos.

- Se fiscalizarmos todos os contêineres destinados aos EUA em todos os portos com a CSI (Iniciativa de Segurança de Contêiner) operacional no mundo todo, cobriríamos 85% dos contêinteres que chegam - disse ele.

A CSI foi criada pelos Estados Unidos depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 para que contêineres de alto risco fossem fiscalizado em 26 portos no exterior.

Segundo Gilbert, a velocidade da fiscalização dos contêineres pode aumentar se eles forem inspecionados quando ainda estão nos caminhões. Ele também sugeriu a instalação de dispositivos de rastreamento nos contêineres.

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