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O governo interino de Portugal anunciou neste sábado (3) que vai emitir nos próximos dias 18 mil notificações de expulsão para estrangeiros que vivem ilegalmente no país. O endurecimento das políticas migratórias é uma das principais bandeiras da campanha da Aliança Democrática, coalizão de centro-direita que tenta a reeleição no pleito antecipado que acontecerá no próximo dia 18 de maio.
A ação de deportação por parte do governo português, anunciada pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, começa já a partir da próxima semana, com 4,5 mil estrangeiros sendo convidados a sair voluntariamente em até 20 dias. Aqueles que não cumprirem o prazo para a saída voluntária serão submetidos ao “afastamento coercivo”, com uso da força, afirmou o ministro.
Segundo o site de notícias português Público, o embaixador do Brasil em Lisboa, Raimundo Carreiro, tem acompanhado de perto a situação. Apesar de os brasileiros formarem a maior comunidade estrangeira em Portugal, segundo dados do ano passado da Agência para a Integração de Migrantes e Asilo, representando 35% dos 1,04 milhão de imigrantes residentes no país, o veículo informou que apenas uma pequena parcela será afetada pela medida.
O tema da imigração ilegal ganhou importância durante a campanha eleitoral no país, que vive uma crescente crise política. A antecipação das eleições nacionais ocorre dois meses após a renúncia do primeiro-ministro Luis Montenegro, do conservador Partido Social Democrata, que perdeu o controle do Parlamento português em meio a uma série de denúncias envolvendo-o a uma empresa que teria recebido pagamentos de um grupo de administração de hotéis e cassinos.