• Carregando...

O esquerdista Rafael Correa tornou-se na segunda-feira o oitavo presidente do Equador em apenas uma década, prometendo reformas radicais numa cerimônia que atraiu presidentes antinorte-americanos, como o venezuelano Hugo Chávez e o iraniano Mahmoud Ahmadinejad.

Correa, professor de economia formado nos Estados Unidos, já provocou calafrios em Wall Street com sua promessa de renegociação da dívida, de mexer nos contratos de petróleo e de acabar com o arrendamento de uma grande base militar usada pelos EUA.

``A pátria-mãe está voltando, os empregos estão voltando e a justiça está voltando'', disse ele num discurso depois de fazer o juramento, usando um traje tipicamente andino.

Correa prometeu livrar o país da corrupção e incentivar a volta dos emigrantes. Ele manteve sua retórica contra o pagamento da dívida pelo país, alegando que parte dela é ''corrupta''. Não ficou claro a que exatamente ele estava se referindo, mas o presidente já ameaçou decretar uma moratória nos pagamentos, que considera injustos.

O alto e carismático líder, de 43 anos, também já prometeu desafiar as elites do país e reformar a Constituição.

Esse tipo de medidas pode provocar rachas importantes no já frágil sistema político do país, que teve três presidentes derrubados nos últimos dez anos devido à instabilidade política.

A vitória de Correa no país, maior exportador de banana do mundo, deu força à esquerda emergente da América Latina. Ele se une a Chávez, ao presidente da Bolívia, Evo Morales, e ao da Nicarágua, Daniel Ortega, na corrente anti-EUA.

Mas a retórica antinorte-americana de Correa não é tão radical quanto a de Chávez. Embora tenha chegado a dizer que o diabo devia ficar ofendido por ter sido comparado por Chávez ao presidente dos EUA, George W. Bush, o equatoriano depois chamou Bush de ``nobre'' por tê-lo felicitado pela vitória nas urnas.

Ele também já declarou sua independência em relação a Chávez, dizendo que não é o amigo quem manda em sua casa.

O novo presidente quer mudar a Constituição para reduzir a influência política sobre o Judiciário e para obrigar os parlamentares a morarem em suas regiões de origem. Muitos parlamentares temem que essa seja uma medida para diminuir sua atuação.

Com as movimentações recentes no Congresso, Correa conta com uma estreita maioria e deve conseguir convocar o referendo para reunir uma Assembléia Constituinte.

Correa é contra o acordo de livre-comércio com os EUA e quer se juntar à Alba, um grupo alternativo que reúne aliados de esquerda como Cuba e Venezuela.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]