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Partidários de Hugo Chavez na frente do Palacio Miraflores, durante a posse simbólica do presidente | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Partidários de Hugo Chavez na frente do Palacio Miraflores, durante a posse simbólica do presidente| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Os seguidores do presidente venezuelano, Hugo Chávez, celebraram nesta quinta-feira (10) o início de seu novo mandato presidencial, uma festa marcada pela ausência do líder socialista que aumenta as dúvidas sobre se poderá retomar o poder após quase um mês de internação em Cuba por causa de sua batalha contra o câncer.

O adiamento indefinido da posse, inédito na história venezuelana, ilustra a gravidade do estado de saúde de Chávez, que não é visto em público desde que anunciou que devia se submeter a uma cirurgia de emergência em Havana, a quarta em 18 meses.

Milhares de chavistas se juntaram para "o juramento simbólico" nos arredores do palácio presidencial de Miraflores, dançando ao ritmo de salsa e tambores, usando camisas vermelhas com o lema "#EuSouChávez" e faixas presidenciais tricolores cruzando o peito.

"Nós somos Chávez e hoje nos juram", disse Florencia Tovar, de 65 anos, usando boina, camisa vermelha e mostrando sua própria faixa presidencial. "O que ele nos deu, não vamos deixar que ninguém nos tire."

Funcionários de alto escalão de 22 governos, incluindo aliados próximos, como os presidentes boliviano, Evo Morales, o nicaraguense, Daniel Ortega, e o uruguaio, José Mujica, foram a Caracas para homenageá-lo e apoiar o vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em sua estreia internacional como herdeiro político de Chávez.

Embora os simpatizantes do mandatário confiem que ele irá se recuperar para assumir mais para frente o mandato para o qual foi reeleito para governar até 2019, o próprio presidente considerou o pior cenário e nomeou Maduro como seu eventual sucessor se ele não conseguir continuar e novas eleições forem convocadas.

Adiamento indefinido

Contudo, a possibilidade de novas eleições imediatamente ficou distante depois que o Tribunal Supremo de Justiça disse na quarta-feira que a posse presidencial poderia ser adiada indefinidamente até que se esclareçam as dúvidas se o mandatário poderá ou não exercer o cargo.

O TSJ, que nos últimos 10 anos nunca tomou uma decisão contra Chávez, também decidiu que o presidente e seu gabinete continuem trabalhando além da "formalidade" estabelecida na Constituição para tomar posse em 10 de janeiro.

Também considerou desnecessário que uma junta médica analisasse o estado de saúde do chefe de Estado.

Desmoralizada após duas derrotas eleitorais e sem uma posição unificada sobre como enfrentar a crise, a oposição não conseguiu mobilizar muitas pessoas para protestar nesta quinta-feira nas ruas, enquanto a maioria se limitou a denunciar que a leitura "partidária" da lei levará o país a um difícil "limbo legal".

Membros da bancada opositora na Assembleia Nacional emitiram um comunicado nesta quinta-feira convocando uma marcha em 23 de janeiro em protesto pela decisão da Corte. "Lutaremos pelo restabelecimento da Constituição até que seja necessário", disse a parlamentar Miriam Montilla.

O destino de Chávez, que chegou ao poder em 1999, é crucial para muitos países da América Latina, como Cuba, Nicarágua, Bolívia e vários do Caribe, que são beneficiados por uma solidária cooperação energética e comercial devido à boa sintonia ideológica entre seus presidentes.

"Temos que expressar a solidariedade com quem está passando um momento muito difícil e que em momentos de necessidade não nos deu as costas. Esse tipo de solidariedade que quase nem se pratica no mundo é algo que é preciso reconhecer", disse o uruguaio Mujica em entrevista à Telesur.

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