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Integrante da Irmandade Muçulmana mostra sangue de um ferimento durante embate com forças de segurança na Praça Ramsés | Amr Dalsh/Reuters
Integrante da Irmandade Muçulmana mostra sangue de um ferimento durante embate com forças de segurança na Praça Ramsés| Foto: Amr Dalsh/Reuters

Repercussão

Chefe da ONU diz estar "alarmado" com a violência no Egito

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse ontem que está "alarmado" com o uso excessivo da força no Egito e fez um chamado ao diálogo e à reconciliação.

Ban disse que o processo político foi "sequestrado" pela violência advertiu que as autoridades e os líderes políticos egípcios têm a responsabilidade compartilhada de pôr fim à crise.

"Evitar mais perdas de vida deveria ser a maior prioridade", disse Ban.

"Peço a todos os egípcios que procurem conter a violência e solucionem pacificamente suas divergências", concluiu.

Agência Estado

Sentença

O ex-ditador Hosni Mubarak está preso desde abril de 2011. Ele foi considerado culpado e sentenciado à prisão perpétua em junho do ano passado pelo assassinato de cerca de 900 manifestantes durante os 18 dias de levante contra seu governo. Sua sentença foi revista após um recurso e ele agora passa por um novo julgamento, juntamente com seu chefe de segurança e seis graduados comandantes da polícia.

Suicídio

Muhammad Mustafa, de 35 anos, que perdeu dois primos no conflito egípcio, diz que foi obrigado a assinar um documento afirmando que seus familiares cometeram suicídio – em vez de terem sido mortos no massacre de Rabia al-Adawiya, na quarta, com ao menos 638 vítimas.

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O ex-ditador egípcio Hosni Mubarak, 85 anos, deve ser solto da prisão nos próximos dois dias, de acordo com seu advogado. A informação não foi confirmada pelo governo interino de Adly Mansur. Se realizada, a soltura será vista como de forte conotação política. Vindo da Aeronáutica, Mubarak era o bastião do poder militar até sua queda e perseguiu a Irmandade Muçulmana ao longo de seus 30 anos de poder.

É possível que ele seja mantido preso por mais duas semanas, segundo procedimentos judiciais. Seu advogado diz que restam só trâmites burocráticos, pois ele teria sido inocentado em uma acusação de corrupção.

Desde sua deposição, em fevereiro de 2011, Mubarak enfrenta uma série de acusações, incluindo participação na repressão contra os manifestantes que pediam sua renúncia, reunidos na icônica Praça Tahrir, no Cairo.

Sua libertação pode levar a uma nova onda de indignação na população. Mas, com o país concentrado nos embates violentos com islamitas, a notícia da iminência de sua soltura não parece ter causado grande furor.

Mursi

Ontem foi anunciada nova acusação contra Mohammed Mursi, que terá detenção estendida por mais 15 dias.

Acusado de homicídio e de ligação com o Hamas, ele responderá agora por cumplicidade na violência contra as manifestações.

Mursi foi deposto em 3 de julho por um golpe militar.

Primeiro presidente eleito democraticamente no Egito, sua queda simbolizou para os islamitas um recuo nas conquistas democráticas.

Constituição

Fontes ouvidas pelo jornal Ahram dizem que um novo rascunho da Constituição será apresentado quarta, incluindo um trecho que impede a existência de partidos com base religiosa. A modificação que pediria o banimento do Partido Nacional Democrático, de Mubarak, deve ser cancelada. Há a expectativa de que a Irmandade volte a ser considerada ilegal.

Ataque no Sinai mata 24 policiais

Um ataque de militantes no deserto do Sinai deixou ontem ao menos 24 policiais mortos e três feridos. De acordo com fontes de segurança, um veículo foi atingido por lançadores de granada, próximo à passagem de Rafah rumo à Faixa de Gaza.

A região norte do Sinai tornou-se, com a deposição de Mohamed Mursi um território de difícil controle. As passagens para Gaza foram fechadas, com o fluxo de militantes da facção palestina Hamas, pró-Mursi.

O ataque contra a polícia ocorreu um dia depois da morte de 36 prisioneiros islamitas, no Egito, durante suposta tentativa de fuga.

Segundo o governo interino de Adly Mansur, eles morreram asfixiados por gás lacrimogêneo, enquanto as forças de segurança controlavam a situação de embate.

O Departamento de Estado dos EUA expressou preocupação sobre as mortes dos prisioneiros, ligados a Irmandade Muçulmana, e deixou claro que não acredita que o grupo islâmico deva ser posto na ilegalidade.

Cadáveres

A reportagem foi ao necrotério de Zenhom, Cairo, onde moradores buscavam familiares em uma lista de 375 nomes. Cadáveres eram mantidos em caminhões frigoríficos.

Moradores hostilizavam a reportagem. "Nossos filhos são um espetáculo para vocês", dizia uma idosa, inflamando os demais.

Um funcionário do local Muhammad Al-Sueisi, 19 anos, afirma que só pode liberar os corpos mediante autorização das autoridades egípcias.

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