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Pesquisa revela que americanos querem política externa mais dura contra EI

A preocupação com os jihadistas do Estado Islâmico (EI) e a Rússia fez com que nos últimos dois meses tenha crescido o desejo dos americanos de que os Estados Unidos aumente sua presença no âmbito internacional e adote uma política externa mais dura.

Esta é a percepção de Richard Wike, diretor de Pesquisa de Atitudes Globais no Centro de Pesquisa Pew, que ressaltou em declarações à Agência Efe que esta tendência contrasta com a dos últimos anos.

Wike lembrou que há algum tempo os americanos desejavam uma "desvinculação dos assuntos globais", após as guerras do Iraque e do Afeganistão e devido aos problemas por conta da crise econômica.

"Nos últimos meses observamos a vontade dos americanos de fazer um pouco mais internacionalmente", disse Wike.

O diretor do centro explicou que a porcentagem dos que acreditam que o país já tem uma atuação forte em política internacional desceu, e dos que dizem que ela é fraca, subiu.

Segundo o analista, o EI está entre os primeiros da lista das preocupações dos americanos. Há algumas semanas, no entanto, poucas pessoas tinham ouvido falar sobre o grupo jihadista, segundo Wike. Em pouco tempo o tema "se transformou em um assunto importante".

Esta questão e a crise da Ucrânia e a ameaça da Rússia inevitavelmente "têm um impacto sobre como os americanos veem a política externa" de seu país, apontou o analista.

Os norte-americanos não culpam o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pela situação, mas cresce entre eles a "desaprovação" sobre como é dirigida a política externa em geral e abordada "a ameaça da Rússia e da crise no Oriente Médio".

Os defensores de que Obama seja "mais duro" em suas decisões internacionais aumenta cada vez mais, disse Wike.

A possibilidade de que integrantes do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) possam entrar aos Estados Unidos pela fronteira com o México preocupa a autoridades locais, que pedem ao governo federal medidas preventivas.

"É uma preocupação que temos, devido ao EI estar falando diretamente sobre a fronteira dos EUA. Achamos que o governo federal, da mesma forma que o Serviço de Alfândegas e Proteção Fronteiriça (CBP), necessita tomar medidas antes que possam chegar em nosso país", disse à Agência Efe Shawn Moran, vice-presidente da União Nacional da Patrulha Fronteiriça (NBPC).

O sindicato, que representa cerca de 17 mil agentes da Patrulha Fronteiriça, considera que não se deve esperar um possível "ataque" contra agentes fronteiriços ou civis, por isso considera melhor tomar todas as medidas preventivas possíveis.

Vários rumores de que membros de EI estão colaborando com cartéis mexicanos para atravessar a fronteira foram disseminados nas redes sociais nas últimas semanas.

"Todo o tempo estamos recebendo este tipo de rumor sobre grupos que querem causar danos aos EUA. Obviamente isto envolve os três níveis de governo, incluindo nós, por isso estamos esperando para responder a qualquer tipo de situação, seja narcotráfico, seja imigrantes ilegais ou, neste caso, possíveis terroristas", disse à Efe Tony Estrada, xerife da cidade de Nogales (Arizona).

Estrada, no entanto, afirmou que no momento não há informação sobre presença de jihadistas na fronteira por conta do recente reforço da vigilância.

O xerife Joe Arpaio, de Maricopa, no Arizona, sugeriu em entrevista recente que as autoridades federais trabalhem junto às mexicanas para detectar a presença de grupos terroristas.

O governador do Texas, Rick Perry, enviou mil soldados da Guarda Nacional para a fronteira mexicana para colaborar com a polícia estadual e a Patrulha Fronteiriça no combate à imigração ilegal.

Perry chegou a dizer que há uma "possibilidade real" de que jihadistas tenham entrado nos EUA pela fronteira com o México.

O governo mexicano, por meio de sua embaixada em Washington, assegurou não ter indícios de que os extremistas tenham pisado em solo americano e ressaltou a troca de informação constante entre os países.

O presidente dos EUA, Barack Obama, deve apresentar na próxima quarta-feira seu plano para "derrotar" o grupo islamita, que controla zonas na Síria e Iraque e que foi responsável pela morte dos jornalistas americanos Steven Sotloff e James Foley.

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