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As potências mundiais alertaram na quarta-feira o Irã que uma terceira rodada de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) é iminente caso o país não suspenda seu trabalho de enriquecimento de urânio, que o Ocidente suspeita que possa ser usado para construir armas nucleares.

Antes, o Irã salientou sua determinação em manter o trabalho, quando Ali Akbar Velayati, assessor de assuntos internacionais do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, disse que Teerã era capaz da produção em massa de máquinas usadas para o enriquecimento de urânio.

"Um dia o Irã teve problemas para produzir uma centrífuga, mas agora obtivemos a tecnologia para a produção em massa de centrífugas", disse Velayati ao jornal Jomohouri Eslami.

Acredita-se ser a primeira vez que um alto assessor de Khamenei, que tem a palavra final sobre políticas nucleares e outras, disse que o país poderia fazer centrífugas em grande escala.

O alerta de sanções se seguiu a uma reunião em Londres de altos funcionários dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, China e Rússia - mais a Alemanha.

Uma nota da chancelaria britânica disse que os diretores políticos das seis grandes potências concluíram que uma solução negociada ainda era preferível, mas que novas ações seriam tomadas se for necessário para o Irã obedecer.

"Houve um forte acordo sobre o caminho adiante, refletindo nossas preocupações compartilhadas sobre a não-obediência do Irã [à agência de vigilância nuclear da ONU], as exigências do Conselho de Segurança e nosso interesse comum em uma solução negociada", disse a nota.

"Todos concordaram que se o Irã falhar em atender às exigências internacionais o Conselho de Segurança precisaria tomar uma nova ação", disse ele.

O Irã diz que seu programa nuclear é apenas para eletricidade, para que possa exportar mais do seu petróleo e gás.

As Nações Unidas já impuseram dois conjuntos de sanções à República Islâmica desde dezembro por sua recusa em suspender o enriquecimento de urânio, que pode ser usado para alimentar usinas elétricas ou fazer bombas.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, embora sugerindo que seu país em geral favorece as negociações, disse que Teerã não vai recuar "uma vírgula" do que diz ser seu direito de desenvolver uma indústria civil da energia nuclear.

"O mundo deveria saber que o Irã está entre os países que têm o ciclo industrial do combustível [nuclear]", disse ele sob os aplausos de uma multidão na província central de Kerman. (Reportagem adicional de Fredrik Dahl em Teerã, Mark Heinrich em Viena)

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