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questão nuclear

Potências discutem novas sanções ao Irã

República Islâmica já sofreu três rodadas de sanções por não abandonar seu programa nucelar. Ocidente teme que Irã esteja construindo bomba atômica

Representantes das grandes potências se reuniram na quarta-feira para discutir eventuais novas sanções ao Irã por seu programa nuclear, mas diplomatas ainda preveem semanas de debates em torno do texto a ser votado no Conselho de Segurança da ONU.

Os embaixadores dos cinco integrantes permanentes do Conselho da Organização das Nações Unidas (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China), mais a Alemanha, se encontraram na missão dos EUA na entidade. Foi a segunda sessão desde que a China anunciou, na semana passada, que aceitaria participar do processo.

"Temos uma consulta importantíssima com foco na diplomacia," disse o embaixador chinês, Li Baodong, cujo país tem importantes relações econômicas com Teerã e reluta em aceitar novas sanções.

O russo Vitaly Churkin disse que chegava ao encontro prevendo "uma boa discussão," mas sabendo que o debate poderia "levar um tempo."

O Irã já foi submetido a três rodadas de sanções da ONU pela recusa em abandonar suas atividades de enriquecimento de urânio. O Ocidente teme que o programa iraniano possa levar ao desenvolvimento de armas nucleares, mas Teerã insiste no seu caráter pacífico.

Pela proposta apresentada há algumas semanas pelos EUA, a quarta rodada de sanções incluiria restrições a bancos iranianos, um embargo total de armas, medidas mais duras contra a navegação mercantil do Irã e a proibição de novos investimentos no setor energético do país.

Mas diplomatas disseram à Reuters que o chinês Li manifestara já no primeiro encontro, na quinta-feira passada, sua insatisfação com as propostas que afetem o setor energético. Outros diplomatas disseram que aquele encontro serviu principalmente para que os países apresentassem suas posições iniciais.

Na terça-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, usou uma cúpula sobre segurança nuclear, em Washington, para pressionar os demais 46 participantes a adotarem sanções rápidas contra Teerã. Ele admitiu, no entanto, que a relutância chinesa complicava as negociações.

O Irã é o terceiro maior fornecedor de petróleo para a China.Em visita ao Peru, o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, insinuou que, para obter o apoio chinês, Washington pode não insistir nas sanções mais duras, pois a importância da resolução seria "menos o conteúdo específico do que o isolamento do Irã perante o resto do mundo."

Em Nova York, um diplomata ligado ao processo estimou entre 25 e 30 por cento as chances de um acordo ser definido ainda em abril. Diplomatas veem poucas chances de solução em maio, quando o Líbano preside o Conselho. Por isso, o mais provável é um pacote só em junho.

Diplomatas dizem que a Rússia está mais aberta a sanções do que a China, mas que também desejaria um texto mais atenuado.

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