Representantes de seis grandes potências se reúnem nesta quarta-feira (4) na Alemanha para discutir uma nova estratégia contra o programa nuclear do Irã.
Enviados de Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha se encontram periodicamente nos últimos anos para discutir formas de conter as atividades iranianas. Desta vez, porém, o encontro de Wiesbaden (oeste alemão) atrai mais atenção, por ser o primeiro desde a posse de Barack Obama como presidente dos EUA.
Obama promete uma negociação direta com Teerã a respeito do programa nuclear, algo que o governo anterior dos EUA rejeitava. A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse na terça-feira que Washington levará sua nova posição à reunião.
"Estamos estendendo a mão, mas antes o punho tem de se abrir", disse Hillary após reunião em Washington com o chanceler britânico, David Miliband.
Contatado em seu quarto de hotel em Wiesbaden, o representante dos EUA na reunião, William Burns, recuou-se a comentar as declarações de Hillary.
O Conselho de Segurança da ONU já impôs três rodadas de sanções ao Irã para pressionar o país a abandonar suas atividades de enriquecimento de urânio, que pode gerar material para bombas nucleares. A República Islâmica garante, no entanto, que seu programa nuclear se destina apenas à geração de eletricidade com fins civis. Os EUA e seus aliados dizem que a intenção real do Irã é desenvolver armas.
Na véspera da reunião na Alemanha, o Irã anunciou a entrada em órbita do seu primeiro satélite de fabricação nacional, coincidindo com as comemorações do 30o aniversário da Revolução Islâmica de 1979.
A Casa Branca manifestou "aguda preocupação" com o lançamento do satélite, a bordo de um foguete de longo alcance que, devidamente adaptado, poderia ser usado no transporte de armas nucleares.
Em artigo no jornal alemão Süddeutsche Zeitung, o ministro alemão de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, elogiou a disposição do governo Obama em conversar com o Irã, pois na opinião dele o atual impasse é insustentável.
"Peço aos responsáveis em Teerã que aproveitem a oportunidade", escreveu ele.
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