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Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França elevaram nesta quinta-feira (3) o tom da sua pressão contra o Irã, às vésperas da divulgação de um importante relatório da ONU que pode oferecer novos detalhes sobre os aspectos militares do programa nuclear iraniano. As potências ocidentais suspeitam que o Irã esteja usando seu programa nuclear como fachada para o desenvolvimento de armas atômicas. Teerã insiste no caráter civil e pacífico das suas atividades. O relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) deve detalhar informações que apontam para as dimensões militares do programa iraniano, mas sem dizer explicitamente que Teerã estaria tentando desenvolver armas nucleares. "Uma (questão) em particular que eu quero mencionar é a continuada ameaça representada pelo programa nuclear do Irã", disse o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a jornalistas antes do início da cúpula do G20 (grupo de economias ricas e emergentes) em Cannes, no sul da França. "A AIEA prevê divulgar um relatório sobre o programa nuclear do Irã na semana que vem, e o presidente (francês, Nicolas) Sarkozy e eu concordamos sobre a necessidade de manter uma pressão sem precedentes sobre o Irã para que ele cumpra suas obrigações".

Sanções

Por iniciativa dos EUA e de seus aliados, a Organização das Nações Unidas já impôs quatro rodadas de sanções ao Irã devido à sua recusa em abandonar as atividades de enriquecimento de urânio, que podem ter finalidades militares. Washington não descarta o uso da força militar contra as instalações atômicas iranianas. Comentando uma reportagem do jornal Guardian, segundo a qual a Grã-Bretanha estaria intensificando seus planos militares com relação ao Irã, um porta-voz da chancelaria disse na quarta-feira que Londres mantém todas as opções em aberto, inclusive o uso da força. "Queremos uma solução negociada, mas todas as opções devem ser mantidas sobre a mesa", disse um porta-voz. O Guardian relatou, sem identificar suas fontes, que o ministério britânico da Defesa acredita que os EUA devem acelerar seus planos para atacar com mísseis algumas instalações estratégicas do Irã, e cita autoridades britânicas que teriam declarado que Washington receberia ajuda militar da Grã-Bretanha caso decida agir. Diplomatas na sede da ONU, em Nova York, e funcionários de governos em outros lugares disseram que o relato do Guardian é exagerado. Essas fontes afirmaram que o mais provável seria que Israel recorresse à opção militar contra o Irã, e não os EUA, que já estão envolvidos em conflitos no Iraque e Afeganistão.

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