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O primeiro-ministro Wen Jiabao defendeu na segunda-feira que haja liberdade e democracia real na China, apesar de Pequim ter neste ano reprimido as conclamações surgidas na Internet por uma "Revolução de Jasmim" semelhante às rebeliões no mundo árabe.

Falando durante visita à Grã-Bretanha, Wen disse também que a corrupção e as disparidades de renda estão prejudicando a vida dos chineses.

"Sem liberdade não há democracia real, e sem a garantia de direitos econômicos e políticos não há liberdade real", disse ele em discurso em Londres.

"Para ser franco, a corrupção, a distribuição de renda injusta e outros males que prejudicam o interesse do povo ainda existem na China", afirmou ele na Royal Society, instituição voltada para o desenvolvimento e promoção das ciências.

"A melhor forma de resolver esses problemas é avançar firmemente na reforma política estrutural e na democracia socialista, sob o estado de direito", acrescentou Wen, que deixa o cargo em 2012.

Wen é conhecido por suas tendências reformistas em comparação ao resto da elite governante chinesa, e já fez discursos e artigos propondo reformas políticas para preservar o crescimento econômico.

Mas, segundo observadores, reformas na China são no máximo uma possibilidade remota, em parte devido ao conservadorismo da base partidária e da nova geração que está ascendendo dentro do regime comunista.

Às vésperas da breve visita de Wen à Europa, a China libertou na semana passada o artista e ativista Ai Weiwei, cuja detenção havia atraído amplas críticas no exterior. No domingo, foi a vez de outro dissidente famoso, Hu Jia, ser libertado, após cumprir três anos e meio de prisão.

Em frente ao prédio no qual Wen discursou, grupos de ativistas tibetanos fizeram um protesto contra o domínio de Pequim sobre sua região.

Wen, que passou quase dez anos como premiê, é o terceiro nome na hierarquia do Partido Comunista. Nesta viagem, ele já esteve na Hungria, e ainda na segunda-feira embarca para Berlim.

No começo da entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro britânico, David Cameron, Wen disse que a China irá no futuro aperfeiçoar sua democracia e suas instituições.

"A China de amanhã será uma sociedade e um país mais aberto e inclusivo, culturalmente avançado e harmonioso", afirmou. "Um país ou nação só irá crescer e progredir quando for aberto e inclusivo."

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