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Manifestante dorme sobre o teto de quiosque em Istambul | Murad Sezer/Reuters
Manifestante dorme sobre o teto de quiosque em Istambul| Foto: Murad Sezer/Reuters

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu ontem suspender, até que a justiça se pronuncie a respeito, o projeto de reforma do Parque Gezi de Istambul, que originou os protestos que atingem há duas semanas o país.

Algumas horas depois de ter lançado um último aviso aos milhares de manifestantes que seguem ocupando o parque, o chefe de governo recebeu, pela primeira vez desde o início da crise política, uma delegação de uma dezena de artistas e representantes da sociedade civil, incluindo dois conhecidos porta-vozes da coordenação dos manifestantes.

Depois de quatro horas de reunião em plena noite, não foi adotada nenhuma decisão concreta, mas uma série de promessas e garantias por parte das autoridades que permitem contemplar uma saída para a crise.

O governo, que repetia até então sua vontade de seguir com seu controverso projeto de reconstrução de uma caserna militar da época otomana no lugar das 600 árvores do Parque Gezi, aceitou esperar que a justiça emita uma sentença sobre o caso.

"É claro, o governo se compromete a respeitar a decisão da justiça e aplicá-la", declarou após a reunião o vice-primeiro-ministro, Huseyin Celik.

No dia 31 de maio, um tribunal administrativo de Istambul, ao qual recorreram opositores ao projeto, decidiu suspender as obras para ter tempo de se pronunciar sobre a questão. O governo apelou da decisão.

"O tribunal regional agora é o responsável e pode ser que apelemos para um tribunal de Estado. Mas nada será feito no Parque Gezi enquanto o procedimento estiver em andamento", acrescentou Celik, confirmando a vontade do governo de organizar um referendo municipal seja qual for a decisão da justiça.

Buscando acabar com o protesto, o vice-primeiro-ministro apresentou sua postura como um avanço. Mas exigiu novamente a saída dos manifestantes do parque.

"Os que protestam têm que parar já com suas manifestações", disse, e mostrou-se novamente ameaçador: "O governo foi até agora extremamente tolerante".

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