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Os novos governantes militares da Guiné receberam o apoio do primeiro-ministro destituído, Ahmed Tidiane Souare, na quinta-feira, e o vice-presidente da junta militar disse que membros do antigo governo podem se juntar à nova administração.

Souare afirmou que ele e outros membros do governo que acaba de ser derrubado em um golpe após a morte do presidente Lansana Conte, na segunda-feira, estão prontos para trabalhar com os militares.

"Sr. presidente, membros do Conselho Nacional pela Democracia e Desenvolvimento, nós agradecemos a vocês e ficamos à disposição", disse ele ao chefe da junta, o capitão Moussa Dadis Camara, em comentários transmitidos pela rádio França Internacional.

O general Mamadouba Toto Camara, vice-presidente da junta, respondeu: "Não rejeitamos ninguém... Mas vamos acabar, a partir de agora, com a corrupção e com a impunidade neste país".

O capitão Moussa Dadis Camara foi escolhido na quarta-feira o líder da Guiné, o maior exportador mundial de minério de alumínio e bauxita, mas afirmou que não vai concorrer às eleições presidenciais, prometidas para daqui a dois anos.

Na sexta-feira, quatro dias depois da morte de Conte, a Guiné se prepara para enterrar o antigo líder, enquanto a junta militar pediu apoio internacional para levar o país a fazer as eleições.

"Agora, precisamos do apoio do Banco Mundial e instituições deste tipo, para que tenhamos as condições financeiras de empreender esta missão", disse o vice-presidente da junta a repórteres.

A sexta-feira foi declarada feriado oficial para que as pessoas possam comparecer ao funeral. O corpo de Conte será exibido no Palácio do Povo, no estádio nacional e na principal mesquita, antes de ser levado à sua cidade natal, para o enterro.

Os Estados Unidos, a União Africana e a União Européia condenaram o golpe de Estado, que representa mais uma ameaça à democracia na África - a Mauritânia sofreu um golpe em agosto e há crises pós-eleitorais no Quênia e no Zimbábue.

"Os Estados Unidos condenam o golpe militar na Guiné. Nós rejeitamos o anúncio feito por membros do Exército da Guiné, que disse que não haverá eleições por dois anos, e pedimos o retorno imediato do poder civil", informou um comunicado da embaixada norte-americana na capital Conacri.

"Os direitos humanos de todos os cidadãos devem ser respeitados, principalmente os do primeiro-ministro Souare e dos membros de seu governo".

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