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O primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, disse à Reuters nesta terça-feira que está perdendo a paciência com as desculpas dos Estados Unidos, que afirmam matar civis "por engano". Ele afirmou que vai abrir uma investigação sobre as mortes de Haditha, no ano passado.

- Há um limite para as desculpas aceitáveis. Sim, um engano pode acontecer, mas há um limite aceitável para enganos - disse ele quando questionado sobre a investigação americana a respeito da morte de 24 iraquianos em Haditha, em novembro.

- Estamos preocupados com o aumento nos 'enganos'. Não estou dizendo que eles sejam intencionais. Mas é preocupante - disse ele numa entrevista em seu gabinete, em Bagdá.

Maliki, recentemente confirmado como o líder do primeiro governo definitivo iraquiano desde a queda de Saddam Hussein, já fala na perspectiva da retirada dos soldados estrangeiros do país.

Segundo ele, o cronograma de um ano e meio que havia mencionado na semana passada para que as forças iraquianas controlassem todo o país pode ficar ainda mais curto se as forças lideradas pelos Estados Unidos levarem a sério o apoio e o treinamento para o novo Exército do Iraque.

O mandato da ONU para as tropas estrangeiras acaba em dezembro, e o governo terá de negociar os termos de sua permanência. Maliki, que é xiita, parece disposto a manifestar as preocupações das minorias, especialmente dos sunitas, com as táticas usadas pelos EUA em suas áreas.

As autoridades da Defesa americana disseram que os fuzileiros navais que estão sendo investigados pelas mortes de Haditha, um reduto da insurgência árabe sunita, podem ser indiciados inclusive por homicídio doloso. O caso ganhou destaque quando a população local entregou imagens dos corpos para a imprensa internacional.

Parlamentares americanos que receberam informações sobre a investigação concordam com as testemunhas locais, que afirmam que os marines atiraram nos civis. As Forças Armadas haviam dito, inicialmente, que eles tinham sido mortos por uma bomba de beira de estrada.

Há muitos iraquianos que acreditam que as mortes injustificadas de civis por soldados dos EUA sejam comuns, embora poucas tenham sido confirmadas por investigações. A queixa mais comum é que os soldados abrem fogo de forma precipitada nos postos de controle ou quando os iraquianos aproximam-se de seus comboios.

Maliki disse que seu governo vai investigar outros incidentes também.

- Vamos pedir respostas não só sobre Haditha, mas sobre qualquer operação... em que tenha havido mortes por engano, e vamos responsabilizar os culpados. - Vamos usar nossa autoridade, já que somos responsáveis por proteger o povo iraquiano... Aqueles que matam de forma intencional ou por negligência devem ser julgados.

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