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O primeiro-ministro egípcio, Hazem al-Beblawi, anunciou nesta segunda-feira (24) sua renúncia e de todos os membros de seu gabinete ao presidente interino, Adly Mansur.

Em coletiva de imprensa, Beblawi disse que não iria divulgar os motivos da decisão, apenas afirmou que havia terminado a primeira etapa do período de transição traçado pelos militares.

"Esse é um passo necessário para que Abdel Fattah al-Sisi [atual ministro da Defesa, vice-premiê e chefe do Exército] possa anunciar sua candidatura à Presidência", disse um autoridade egípcia à agência de notícias Reuters.

No final de janeiro, a cúpula militar no Egito autorizou a candidatura de Sisi. Para que ele dispute a Presidência, porém,precisaria deixar o cargo de ministro da Defesa.

Uma fonte do governo disse que a renúncia coletiva ocorreu porque Sisi não queria transmitir a impressão de que estava agindo sozinho.

O porta-voz do governo, Hani Salah, disse que a renúncia foi motivada pelo "sentido da necessidade de sangue novo" no governo."Essa decisão não terá impacto sobre as relações externas e a estabilidade interna", prometeu o porta-voz, acrescentando que ainda não havia sido decidido quais ministros seriam mantidos pelo novo governo.

"Este não é o momento para interesses pessoais, a nação está acima de todos", disse ainda Beblawi, elogiando a realização do referendo, em meados de janeiro, que definiu a adoção da Constituição elaborada pelo atual governo, a primeira etapa da transição democrática prometida pelo exército.

Com uma percentagem de "sim" superior a 98%, o referendo, boicotado pela juventude, mobilizou cerca de 39% dos eleitores egípcios.

Eleições

Com popularidade entre os setores liberais, Sisi foi o líder da deposição do islamita Mohammed Mursi, o primeiro presidente eleito democraticamente no país.Caso se apresente às eleições, Sisi deverá ser o favorito, já que não haverá representantes da Irmandade Muçulmana - banida pelo governo - concorrendo ao pleito.

O único candidato declarado até o momento, o líder esquerdista Hamdeen Sabbahi, afirmou à France Presse que teme o retorno de um poder autoritário no país.Segundo a Anistia Internacional, já houve mais de 1.400 mortos desde o golpe em julho, quando começou a repressão aos simpatizantes de Mursi.

As eleições devem acontecer em meados de abril.

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