O primeiro-ministro interino do Egito, Hazem el-Beblawi, pediu ontem mais tempo para formar o governo provisório do país. Ele também voltou a acenar à Irmandade Muçulmana, do presidente deposto Mohamed Mursi, para participar do novo gabinete.
Beblawi foi apontado para o cargo na última terça pelo presidente interino, Adly Mansur. A convocação aconteceu seis dias após a queda de Mursi, deposto após um golpe militar. A ação provocou protestos de grupos islâmicos, que não reconhecem a nova administração e pedem a volta do mandatário retirado.
Em entrevista, o chefe do governo interino atribuiu o pedido de tempo à situação do país, que considera muito difícil. Porém, negou que tenha dificuldades para preencher as vagas no gabinete e disse que não considerará a religião para preencher os cargos.
Para ele, os titulares dos ministérios devem ser pessoas de reconhecido "profissionalismo e credibilidade". Beblawi voltou a convocar a Irmandade Muçulmana a sugerir quadros para o governo, desde que estes nomes atendam aos seus critérios.
"Não me preocupo com o grupo político. Se o Partido da Liberdade e da Justiça [PLJ, braço político do movimento] propõe alguém e esta pessoa é qualificada para o cargo, sua designação poderia ser avaliada", disse.
Na quarta-feira, o movimento religioso rejeitou a participação no governo, assim como o fez com as outras propostas da administração interina, que considera golpista. A entidade também critica o caráter dúbio do governo, que acena ao grupo, ao mesmo tempo que pede a prisão de seus líderes.
Desde que os militares retiraram Mursi do poder, a administração interina pede a participação da Irmandade Muçulmana. No entanto, a Promotoria emitiu centenas de mandados de prisão contra membros do grupo.
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