Tel Aviv - O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, reafirmou ontem que Israel continuará a expandir os assentamentos judaicos no território ocupado da Cisjordânia num desafio ao governo aliado dos EUA, que defende o congelamento das colônias.
"Congelar a vida (nos assentamentos) não seria razoável, disse Netanyahu ao Parlamento israelense, defendendo que as colônias existentes devem expandir para acomodar as famílias em crescimento.
A tensão entre EUA e Israel vem crescendo desde a semana passada, quando, na véspera de Barack Obama receber o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, a secretária de Estado, Hillary Clinton, resumiu a posição do novo governo americano: "Não a alguns assentamentos, não a postos avançados, sem exceção ao crescimento natural.
Há quase 500 mil pessoas vivendo nos assentamentos. Num exemplo das tensões relacionadas ao tema, dezenas de assentados judeus na Cisjordânia bloquearam ontem o acesso a Jerusalém e atearam fogo a plantios palestinos em resposta à remoção de postos avançados no local pela polícia israelense.
Em outra discordância com Obama, Netanyahu resiste à criação de um Estado palestino, ideia-base das negociações de paz no Oriente Médio desde os Acordos de Oslo (1993). Segundo o jornal New York Times, o governo Obama está estudando uma série de medidas em sua maioria simbólicas em punição a Israel caso o país mantenha sua política.
As medidas incluiriam, segundo funcionários do governo que não quiseram se identificar, a revisão do apoio irrestrito a Israel na ONU e seu tradicional veto a resoluções críticas ao Estado israelense no Conselho de Segurança do órgão. Coisas que, dizem os funcionários, "chamariam a atenção do público israelense. No entanto, agregou ele, "Israel é um aliado crucial dos EUA, e ninguém neste governo espera que isso não continue.
Em resposta, um funcionário-sênior do lado israelense disse que "o governo de Netanyahu está agindo da mesma forma que seus antecessores. O que mudou foi a política dos EUA. O novo governo está tentando sair de entendimentos feitos [entre os dois países] durante o governo (de George W.) Bush.
O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, irá hoje a Washington na tentativa de angariar apoio para a posição de Israel, provavelmente oferecendo em troca a remoção de postos avançados na Cisjordânia e o alívio no bloqueio à faixa de Gaza.
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