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O premier do Japão Naoto Kan faz reverência em cerimônia no Budokan Hall | Toru Hanai/ Reuters
O premier do Japão Naoto Kan faz reverência em cerimônia no Budokan Hall| Foto: Toru Hanai/ Reuters

O Japão lembrou ontem o aniversário de 65 anos de sua rendição e o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45) com um pedido de desculpas do primeiro-ministro Naoto Kan. O novo primeiro-ministro liberal também quebrou a tradição dos governos passados e não visitou o polêmico templo de Yasukuni, criticado pelos países vizinhos asiáticos por honrar criminosos de guerra.

Pela primeira vez desde o fim da guerra, todo o gabinete japonês evitou visitar o santuário, segundo a imprensa local. O templo xintoísta gerou controvérsia por honrar 2,5 milhões de japoneses mortos na guerra, incluindo criminosos como Hideki Tojo, primeiro-ministro do Japão que foi executado em 1948.

Líder do Partido Democrata, Kan assumiu o poder no ano passado, após ganhar as eleições prometendo mais transparência e democracia. "Causamos grandes estragos e sofrimento a muitas nações durante a guerra, especialmente ao povo da Ásia", disse Kan a uma multidão de cerca de 6 mil pessoas, em Tóquio. Entre os espectadores estava o imperador Akihito, filho de Hirohito, que declarou a rendição japonesa em 1945.

"Sentimos um profundo arrependimento, e oferecemos nossos sinceros sentimentos de condolência àqueles que sofreram e às suas famílias", disse o premiê japonês. "Renovamos nossa promessa de nunca fazer guerra, e prometemos fazer o máximo para alcançar a eterna paz mundial e nunca repetir novamente o erro da guerra."

Antes da cerimônia, Kan também prestou tributo aos mortos de guerra em um memorial muito menos controverso. Visitou um cemitério e colocou flores em um túmulo para os soldados japoneses.

Em 15 de agosto de 1945, poucos dias depois de os EUA lançarem as bombas atômicas que arrasaram as cidades de Hiroshima e Nagasaki, o imperador Hirohito anunciou no rádio a "rendição incondicional" do Japão às forças aliadas.

Era a primeira vez que o pú­­blico japonês ouvia a voz real do imperador, venerado como um deus vivo para justificar a expansão imperial. A mensagem punha fim ao conflito mundial e abria uma nova página na história do arquipélago japonês, que durante décadas protagonizou uma feroz campanha colonizadora na Ásia.

O imperador Akihito, que nunca visitou o templo Yasu­kuni, liderou um minuto de silêncio ao meio-dia, curvando-se diante de um palco cheio de crisântemos amarelos e brancos.

"Sinto mais uma vez uma profunda tristeza pelos muitos que perderam suas vidas preciosas e por suas famílias", disse Akihito, que foi à cerimônia com sua mulher, Michiko.

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