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O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, chegou mais perto nesta segunda-feira de reforçar seu governo, acrescentando à coalizão um partido de extrema direita cujo líder deseja anexar partes da Cisjordânia ocupada.

- Vamos ingressar no governo - afirmou a repórteres o líder do partido Yisrael Beitenu, Avigdor Lieberman, após conversar com Olmert. - Acertamos que nossas equipes e nossos advogados vão se sentar e elaborar o acordo. Espero que, até amanhã (terça-feira) de manhã, um documento esteja pronto - acrescentou.

Os esforços de premier para ampliar sua coalizão acontecem depois de pesquisas de opinião terem apontado um declínio significativo nos índices de popularidade dele e do governo devido à recente guerra no Líbano, durante a qual os militares israelenses não conseguiram acabar com a guerrilha Hezbollah.

Em episódios de violência ocorridos na Faixa de Gaza, forças de Israel mataram sete palestinos, ao menos três deles extremistas, num combate no qual 20 pessoas também ficaram feridas, disseram autoridades palestinas e moradores da região.

A participação do Yisrael Beitenu na coalizão governista deve fazer com que não seja implementado o plano de Olmert prevendo desmantelar dezenas de pequenos assentamentos na Cisjordânia e a consolidação de outros.

Depois de agosto, quando os 34 dias de guerra com o Líbano chegaram ao fim - período em que o Hezbollah disparou milhares de foguetes contra Israel a partir de um território desocupado por Israel em 2000 -, o primeiro-ministro disse que seu "plano de realinhamento" não era mais uma questão urgente.

Com o ingresso do Yisrael Beitenu na base governista, Olmert controlaria 78 cadeiras no Parlamento de 120 membros do país, ou onze a mais que as atuais 67. A ampliação da bancada aliada aumenta as chances do premier de ver aprovado, a tempo, o Orçamento de 2007.

Em declarações dadas a repórteres, Olmert disse que pretende nomear Lieberman para um dos cargos de vice-primeiro-ministro encarregado de enfrentar as "ameaças estratégicas contra Israel", uma referência clara ao temor do país de que o Irã desenvolva uma bomba nuclear.

O Partido Trabalhista, com 19 cadeiras no Parlamento e que integra o atual governo, dividiu-se em torno do ingresso de Lieberman na base aliada e alguns parlamentares prometeram resistir à medida.

Mas analistas disseram que os trabalhistas acabariam aceitando a presença de Lieberman e permaneceriam na coalizão. O abandono dela prejudicaria a popularidade deles ainda mais.

Lieberman, um imigrante da ex-União Soviética, foi assessor do ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O político já defendeu transferir algumas cidades árabes localizadas em Israel para um futuro Estado palestino.

Leia mais: O Globo Online/Reuters

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