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Tóquio - Yasuo Fukuda renunciou ontem ao cargo de primeiro-ministro do Japão, em meio a indicadores econômicos ruins e ao imobilismo do governo diante de um Parlamento em que a oposição, majoritária no Senado, conseguiu obstruir sistematicamente todos os grandes projetos oficiais.

O Partido Liberal Democrático (PLD), conservador, deverá definir em duas semanas um novo líder para a chefia do governo. Alguns analistas acreditam que, por enquanto, o nome mais forte para a sucessão seja o do ex-ministro das Relações Exteriores, Taro Aso, que Fukuda nomeou há um mês como líder de seu partido.

Há, no entanto, outras alternativas. Takao Toshiwawa, analista citado pelo jornal Financial Times, embora acredite no favoritismo de Aso, não descarta a possibilidade de a liderança ser disputada por Yuriko Koike, a mais proeminente política do partido oficial e que foi recentemente ministra do Meio Ambiente e da Defesa.

Há ainda a possibilidade de um dos jovens deputados se tornar premier, ou mesmo de Junichiro Koizumi aceitar interromper a aposentadoria política para, como o mais popular premier de sua geração, tentar recriar o período 2001-2006, quando exerceu o poder com bons índices de popularidade.

O premiê demissionário afirmou estar deixando o poder "para evitar o vazio político’’ criado pelos impasses entre situacionismo e oposição.

"É incrível que o PLD esteja se desfazendo do premiê sem pensar nos interesses da população japonesa’’, disse Mizuho Fukushima, líder do oposicionista PSD (Partido Social Democrático).

Fukuda, que é filho de um ex-premier japonês, enfrentava um baixíssimo índice de aprovação, de 29%, apesar do pacote econômico que anunciou na semana passada para tentar evitar a aceleração da recessão no país.

Fukuda, desprovido de carisma, também não conseguiu compensar as perdas sociais provocadas pelas reformas ultraliberais de Koizumi, que deixou o cargo há dois anos.

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