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O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, alertou nesta quinta-feira que as tropas estrangeiras precisarão ficar no seu país por outra década, ao mesmo tempo em que as potências ocidentais concordaram com um cronograma de retirada do país da Ásia Central, o qual inclui um plano para convencer os combatentes do grupo fundamentalista Taleban a se desarmarem em troca de empregos e casas.

A conferência sobre o Afeganistão foi convocada para ajudar os Estados Unidos e seus aliados europeus a encontrarem uma porta de saída para a trituradora guerra afegã, em meio ao crescente número de mortes de soldados americanos e dos países da Organização do tratado do Atlântico Norte (Otan) e à queda do apoio popular no Ocidente ao confronto. A Otan concordou em acelerar o treinamento das forças afegãs e em transferir a elas mais responsabilidade pelos combates.

"Com o treino e a equipagem das forças afegãs, um período de cinco a dez anos será suficiente" para as tropas ocidentais deixarem o Afeganistão, disse Karzai. "Se levarem em conta a capacidade do Afeganistão ser financeiramente capaz de sustentar nossas forças militares, o período será estendido para 10 a 15 anos".

Os representantes das 70 nações que compareceram ao encontro concordaram em destinar US$ 140 milhões no primeiro ano de trabalho do programa de reconciliação de Karzai para o Taleban, embora a soma final que deva ser destinada será muito maior, disseram funcionários dos governos. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que o fundo - apelidado de "Fundo de Confiança do Taleban" - deverá ultrapassar US$ 500 milhões nos próximos três anos.

O Taleban, mais cedo nesta semana, condenou a realização da conferência e disse que prosseguirá com a guerra até expulsar as tropas ocidentais.

O plano de Karzai prevê a reintegração de membros do Taleban que queiram "cortar os laços com a Al-Qaeda e outros grupos terroristas e buscar seus objetivos políticos pacificamente".

O texto da conferência prevê que a entrega da responsabilidade de segurança às tropas locais comece neste ano. Segundo o comunicado, o Exército afegão deve "conduzir a maioria das operações em áreas instáveis do Afeganistão dentro de três anos"

A conferência foi convocada para ajudar as potências mundiais a chegarem a uma agenda para a retirada do Afeganistão. A guerra no país da Ásia Central perde apoio público, enquanto sobe o número de vítimas.

As 70 nações reunidas afirmam, no texto final, que Karzai se comprometeu a enfrentar a corrupção. Um encontro mais tarde neste ano deve apresentar iniciativas específicas para fortalecer o governo afegão. O texto afirma que as discussões em Londres marcaram "um passo decisivo rumo a uma maior liderança afegã para assegurar, estabilizar e desenvolver o Afeganistão".

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