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O Partido Comunista da China (PCCh), formação que governa sozinha a quarta maior economia do planeta desde 1949, inaugurou nesta segunda-feira seu 17º congresso, sua reunião qüinqüenal fundamental para definir a nova linha política para os próximos anos. Em discurso na abertura do congresso, o secretário-geral do PCCh e presidente do país, Hu Jintao, afirmou que o Partido Comunista da China deve permanecer firmemente no controle enquanto o país adota mudanças econômicas e sociais. Ainda assim, Hu declarou que o futuro do país é promissor e até alguma forma de abertura política e democrática será possível, contanto que o partido mantenha seu domínio. Hu estabeleceu o ano de 2020 como um marco para a China com "mais extensos direitos democráticos".

- A China atravessa uma transformação ampla e profunda. Isso nos traz oportunidades sem precedentes, assim como desafios sem precedentes - disse Hu. - Precisamos manter o papel do partido como o núcleo da liderança que dirige a situação e coordena os esforços em todas as frentes.

Hu admitiu que, apesar das melhorias, seu governo ainda não foi capaz de atender às expectativas dos chineses e disse que o combate à corrupção é crucial para a sobrevivência do partido. Mas ele e o primeiro-ministro, Wen Jiabao, devem ser escolhidos para um segundo, até 2012.

O presidente ressaltou que sua política, a da quarta geração de líderes chineses (os anteriores foram Mao Tsé-tung, Deng Xiaoping e Jiang Zemin), é continuar com a abertura econômica iniciada há três décadas.

Hu fez uma chamada aos 73 milhões de membros da legenda e ao povo para que "agitem a bandeira do socialismo com características chinesas" e trabalhem por "uma sociedade moderadamente próspera". Hu reiterou ainda a postura da China de nunca aceitar que Taiwan se separe da China. Entretanto, o líder comunista propôs um acordo de paz com a "província rebelde".

- A soberania e integridade territorial da China não tolerarão a divisão - esclareceu.

Mais de dois mil membros do PCCh de todos os níveis assistem ao congresso reunidos até o dia 21 no Grande Palácio do Povo, em Pequim. Transmitida ao vivo por todas as cadeias de televisão chinesas, emissoras de rádio e páginas de internet e na presença da imprensa estrangeira pela primeira vez, a vistosa cerimônia de inauguração cumpriu o tradicional protocolo, incluindo os aplausos entre os líderes do partido.

Durante o congresso inaugurado nesta segunda serão decididas as promoções para o Comitê Permanente do Politburo do PCCh, a cúpula do Partido-Estado, formado atualmente por oito líderes, incluindo Hu e o primeiro-ministro Wen Jiabao. Além disso, serão escolhidos os nomes de alguns membros designados pelo ex-presidente Jiang Zemin que vão se aposentar por causa da idade.

Reformas políticas

Às vésperas da abertura do congresso, o porta-voz do partido Li Dongsheng disse que a China perseguirá reformas políticas, mas nunca terá uma democracia ao estilo do Ocidente. Segundo o jornal "Diário do Povo", órgão oficial do PCCh, "o congresso, realizado em uma etapa crítica da reforma que se iniciou em 1978 e o desenvolvimento da China, é de vital importância pois traçará o trabalho para os anos próximos".

"Os últimos 29 anos presenciaram a transformação da China de uma economia planificada a uma economia socialista de mercado e a melhora da vida da população, e nos últimos cinco anos se avançou muito na reforma, abertura e construção de uma sociedade modestamente acomodada de uma forma generalizada", afirmou a publicação.

Segundo o jornal, o importante agora é "adaptar o marxismo às condições chinesas para promover um desenvolvimento social e econômico coordenado e sustentável para o povo, pelo povo e com o povo".

O número de membros do PCCh subiu para 73,36 milhões no primeiro semestre de 2007, 6,42 milhões a mais que em 2002, com uma média de 2,4 milhões de novos membros por ano.

Disposto a manter uma aparência de estabilidade na capital durante o congresso o governo de Pequim dobrou o policiamento nas ruas.

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