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O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, acusou nesta quinta-feira (18) o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de enterrar a solução de dois Estados e disse que sente um "desinteresse" por parte de Israel nas negociações de paz.

Em entrevista exclusiva ao diário israelense Yedioth Ahronoth, Abbas previu consequências negativas no caso de o processo de paz seguir estagnado.

"As coisas irão mal. Não é que eu esteja ameaçando com uma terceira Intifada, já que o retorno ao terrorismo está fora de questão. O desespero e o desalento, porém, podem levar a situações desagradáveis", declarou.

Abbas demonstrou sua preocupação com o fato de "a questão palestina não estar na agenda dos partidos israelenses", ocupados com outros temas, como o programa nuclear do Irã e os protestos sociais.

De acordo com o presidente da ANP, outro problema é que "Netanyahu conseguiu convencer as pessoas de que os palestinos não são parceiros válidos para a paz" e que o ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, queira "eliminá-lo".

Mesmo assim, Abbas defendeu sua decisão de suspender em 2010 o processo de paz, o que atribuiu ao desejo de Netanyahu de começar as negociações do zero e à sua pretensão de "querer falar só de segurança e de seus soldados no Vale do Jordão (no território palestino da Cisjordânia)".

"Vejo como Netanyahu está arruinando a solução de dois Estados. Mas sejamos claros: a situação atual não pode ser mantida, e ninguém em nosso lado estará de acordo com a solução de um Estado para dois povos", acrescentou.

Abbas demonstrou ter esperança de que o status de Estado observador na Assembleia Geral da ONU, que a Palestina solicitará este mês, ajude a fazer com que "ninguém mais ignore a reivindicação de um Estado nas fronteiras de 1967", anteriores à ocupação por parte de Israel dos territórios palestinos na Guerra dos Seis Dias.

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