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O presidente da Bolívia, Evo Morales (centro) participa de greve de fome pela legalização da reforma nas eleições | Aizar Raldes / AFP
O presidente da Bolívia, Evo Morales (centro) participa de greve de fome pela legalização da reforma nas eleições| Foto: Aizar Raldes / AFP

O presidente da Bolívia, Evo Morales, declarou-se em greve de fome nesta quinta-feira (9) em protesto pela demora do Congresso em aprovar uma lei eleitoral que põe em risco as eleições gerais de 6 de dezembro.

O presidente, cuja provável reeleição deve ocorrer com folga nas urnas, iniciou um jejum às 9h50 (horário local) no Palácio Quemado, acompanhado de uma dezena de dirigentes das organizações sociais, entre eles Pedro Montes, secretário-executivo da Central de Trabalhadores Boliviana.

Morales começou o jejum, enquanto o Congresso se aproximava de completar 20 horas ininterruptas de um debate de desenlace imprevisível sobre a lei eleitoral. O prazo estabelecido para aprová-la venceu à 0h desta quinta.

"Os parlamentares sabiam exatamente que em 60 dias teriam que aprovar esta lei transitória eleitoral, no entanto não querem que se aprove esta lei que permite garantir a implementação, a aplicação de uma nova Constituição política do Estado boliviano", acrescentou o presidente ao iniciar o protesto em um ato transmitido ao vivo pela televisão estatal.

A sessão no Congresso transcorreu sob a ameaça dos legisladores do governista Movimento ao Socialismo (MAS) de renunciar a suas cadeiras caso não se chegasse a um acordo com a oposição, o que poderia representar a inabilitação ou até o fechamento do Congresso.

O prazo existe porque a nova Constituição da Bolívia, promulgada em 7 de fevereiro passado, estabelece um período de dois meses, que se completa nesta quinta, para que o Congresso aprove o regime eleitoral que permita convocar eleições gerais.

No entanto, passada a hora fixada, o debate continuou tanto no plenário como em uma comissão negociadora que segue tentando o consenso.

O presidente do Congresso e vice-presidente do Governo, Álvaro García Linera, minutos depois da meia-noite, interrompeu brevemente um discurso para dizer que a sessão continuará ininterruptamente "até a aprovação da lei".

Em entrevista, ele pediu às legendas "todo o esforço possível" para aprovar a lei porque, após a meia-noite, o Congresso se encontraria em uma "situação complicada" se não houvesse acordo.

García Linera disse que há setores da oposição, "minoritários", mas com capacidade de bloqueio, que não querem que as eleições aconteçam.

Evo Morales denunciou novamente que a oposição busca na realidade impedir as eleições gerais de dezembro e as eleições regionais previstas para abril de 2010.

"Ao pedir um novo padrão (de eleitores) é simplesmente decidir que não haja eleições nacionais (...), por isso este esforço (greve de fome) dos dirigentes do campo e da cidade, um esforço da autoridade principal, tudo pela defesa do voto sagrado do povo", acrescentou.

Atualmente, o partido de Morales conta com maioria suficiente na Câmara dos Deputados, mas não no Senado, que é controlado pela oposição.

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