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África

Presidente da Nigéria admite falhas na eleição

O presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, reconheceu nesta segunda-feira que as eleições presidenciais de sábado no país tiveram "grandes problemas", e aconselhou os candidatos que se sentiram prejudicados a recorrerem aos tribunais. A declaração foi feita horas antes do anúncio oficial da vitória de Umaru Yar'Adua, candidato do partido governista, e em meio a confrontos entre opositores e policiais em várias cidades.

— As eleições estão longe de terem sido perfeitas, pois ocorreram grandes problemas. Após tudo isso, daqui a quatro anos, haverá outra eleição em que, espero, não ocorra mais manipulação de votos nem de urnas — afirmou.

Logo após a declaração do presidente, líderes da oposição afirmaram que vão recorrer à Justiça para tentar anular as eleições. Os dois principais partidos da oposição nigeriana rejeitaram imediatamente os resultados e disseram que tomarão "todas as medidas necessárias" para anulá-lo.

— Levaremos os resultados para os tribunais pois discordamos totalmente de sua legitimidade. Vamos fazer o que for possível — disse Tom Ekimi, porta-voz do Partido de Todos os Povos da Nigéria.

Em várias cidades, a polícia teve que conter manifestantes, que apedrejaram carros e lojas. As autoridades, no entanto, não divulgaram o número de presos.

As eleições foram fortemente criticadas por quase todas comissões de observadores internacionais. Algumas, inclusive, chegaram a propor a anulação do pleito.

— As eleições não podem ser consideradas confiáveis. Não há como dizer que os resultados foram justos em meio a tantos problemas e a morte de 200 pessoas. Estou muito decepcionado pois a votação ficou muito abaixo dos padrões internacionais. Em algumas regiões posso afirmar que ocorreram fraudes graves — disse o chefe da missão eleitoral da União Européia (UE), o holandês Max van den Berg.

Outras missões denunciaram que pequenos distritos eleitorais do país receberam mais votos que grandes províncias como Lagos.

Umaru Yar'Adua, do Partido Democrático Popular (PDP), recebeu 24 milhões de votos, enquanto seu principal adversário, o ex-governante militar Muhammadu Buhari, do Partido de Todos os Povos da Nigéria, obteve 6 milhões, segundo os resultados finais do pleito divulgados pela comissão eleitoral. Menos de 40% dos eleitores nigerianos votaram no sábado, segundo os observadores.

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