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Soldados marcham contra multidão de manifestantes no distrito de Ojota, em Lagos | AFP /Pius Utomi Ekpei
Soldados marcham contra multidão de manifestantes no distrito de Ojota, em Lagos| Foto: AFP /Pius Utomi Ekpei

Após dias de greve geral e confrontos, sindicalistas nigerianos encerraram ontem seus protestos e paralisações devido à alta dos preços na gasolina. A decisão chega depois de o presidente Goodl­­uck Jonathan ter aceitado reduzir os preços e manter parte dos subsídios.

"Levando em conta as dificuldades vividas pelos nigerianos (...), o governo aprovou uma re­­dução do preço da gasolina a 97 nairas o litro [aproximadamente US$ 0,60, uma redução de 30%]", declarou Jonathan em um discurso transmitido pela televisão ao país mais povoado e principal produtor de petróleo na África.

A brusca supressão no dia 1.º de janeiro dos subsídios aos combustíveis provocou um disparo dos preços da gasolina nos postos de combustível, que passou de 65 nairas o litro (US$ 0,40) pa­­ra pelo menos 140 nairas (US$ 0,86).

No entanto, Jonathan negou-se a ceder na questão principal, afirmando que "o governo continuará aplicando uma liberalização completa do setor petroleiro".

O governo justificou o fim dos subsídios aos combustíveis – cerca de US$ 8 bilhões – para fi­­nanciar a modernização das in­­fraestruturas do país. Mas a du­­plicação dos preços da gasolina afeta duramente uma população cuja maioria vive com menos de US$ 2 por dia, e desencadeou uma greve geral desde 9 de janeiro.

Exigências

Os sindicatos exigem o restabelecimento integral dos subsídios dos combustíveis e o retorno aos preços da gasolina anteriores ao aumento de 1.º de janeiro.

Na manhã de ontem, os militares isolaram os principais pontos estratégicos de Lagos, a capital econômica, pela primeira vez desde o início da greve.

Os soldados proibiam principalmente o acesso a um parque onde eram realizadas as principais manifestações e ocupavam este terreno. Também paravam e registravam os automóveis. As pessoas que procuraram chegar ao parque foram obrigadas a sair.

Os militares tentavam dispersar centenas de manifestantes em Lagos dirigindo seus veículos contra eles.

O presidente permaneceu em silêncio na maior parte da semana passada, durante a qual foram registradas diversas greves e manifestações em massa, em sua maior parte pacíficas.

No entanto, alguns protestos desencadearam episódios de violência e foram registradas cerca de 15 mortes.

Depois do fracasso das ne­­gociações com os sindicatos no fim de semana, Jonathan in­­terveio na tentativa de conter a crise que estava se espalhando pelo país.

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