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Constituição ucrianiana permitiu que Yushchenko dissolvesse o Parlamento, após nenhum governo ter sido formado um mês após a queda do anterior | Mykhailo Markiv / Reuters
Constituição ucrianiana permitiu que Yushchenko dissolvesse o Parlamento, após nenhum governo ter sido formado um mês após a queda do anterior| Foto: Mykhailo Markiv / Reuters

O presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, anunciou nesta quarta-feira (8) a dissolução do Parlamento, em seguida ao colapso, no mês passado, da coalizão de governo pró-ocidental.

"Em conformidade com a Constituição da Ucrânia, eu suspendo os poderes do Parlamento e anuncio as eleições parlamentares", disse Yushchenko em rede nacional de televisão.

A coalizão de governo entrou em colapso em setembro, após o partido de Yushchenko ter deixado o grupo político, em protesto contra a decisão da primeira-ministra do país, Yulia Tymoshenko, de apoiar uma proposta da oposição, pró-russa, para reduzir os poderes da figura presidencial.

Sob a Constituição da Ucrânia, o presidente pode dissolver o Parlamento, se um novo governo não for formado um mês após a queda do antigo.

As eleições convocadas nesta quarta-feira (8) por Yushchenko serão as terceiras a serem feitas em menos de três anos, o que demonstra a gravidade da crise política na Ucrânia, e ocorrerão em um país com a economia já abalada antes da crise financeira mundial. A data das eleições ainda será anunciada.

No discurso na televisão, Yushchenko, cuja popularidade despencou nos últimos doze meses, acusou sua antiga parceira na chamada "Revolução Laranja" de 2004, a premiê Tymoshenko, de ignorar os interesses nacionais e de buscar o poder acima de tudo.

"Eu estou profundamente convencido que coalizão democrática foi arruinada por uma coisa apenas - a ambição de uma pessoa, sua fome de poder... E o predomínio de interesses pessoais sobre os interesses nacionais", disse Yushchenko.

Aparentemente, o discurso de Yushchenko foi gravado antes dele ordenar a dissolução do Parlamento, uma vez que ontem ele estava em visita oficial à Itália.

O anúncio deverá provocar protestos entre os partidários de Tymoshenko. Ela disse que convocar uma eleição antes do final de novembro seria algo inconstitucional e havia dado sinais de que desafiará a decisão.

"Eles querem nos levar para trás e eu defendo o nosso futuro", disse o presidente. "As eleições serão democráticas e ocorrerão dentro da lei", afirmou.

Após a "revolução Laranja" de 2004, quando eram aliados, Yushchenko e Tymoshenko tornaram-se cada vez mais rivais políticos.

Tymoshenko dizia que o presidente planejava dissolver o Parlamento para marcá-la como uma opositora, com o olho nas eleições presidenciais de 2010. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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