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O presidente do Irã, Ebrahim Raisi (centro) cumprimenta convidados após tomar posse para um mandato de quatro anos na presidência do Irã, em Teerã, 5 de agosto
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi (centro) cumprimenta convidados após tomar posse para um mandato de quatro anos na presidência do Irã, em Teerã, 5 de agosto| Foto: EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH

O recém-empossado presidente do Irã, Ebrahim Raisi, nomeou como ministro do Interior o general Ahmad Vahidi, que é acusado de participação no atentado à associação judaica Amia em Buenos Aires, Argentina, em 1994.

O governo da Argentina disse nesta quarta-feira que "repudia" a decisão do Irã. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores argentino ressaltou que, assim como em agosto de 2009, quando Vahidi assumiu o posto de ministro da Defesa, a nova nomeação foi "recebida com grande preocupação e merece a mais enérgica condenação".

Para o governo do presidente Alberto Fernández, a escolha de Vahidi para comandar mais um Ministério no Irã representa uma "afronta" à Justiça argentina e às vítimas do "brutal ataque terrorista" cometido em 18 de julho de 1994 contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) e que matou 85 pessoas.

"A Argentina, mais uma vez, expressa sua mais veemente condenação à nomeação de Ahmad Vahidi para um cargo ministerial no Irã", diz o comunicado.

O Ministério das Relações Exteriores argentino lembrou que Vahidi é procurado pela Justiça do país sul-americano por seu "papel fundamental na tomada de decisões e no planejamento do atentado à Amia" e que ele é alvo de um mandado de prisão internacional emitido pela Interpol.

O governo argentino afirmou que "exige mais uma vez" que o Irã coopere "plenamente" com a Justiça do país sul-americano, "permitindo que as pessoas que foram acusadas de participar do atentado à Amia sejam julgadas pelos tribunais competentes".

Israel também repudiou a nomeação de Vahidi como ministro do Interior no Irã, lembrando que o general é "um criminoso procurado pela Interpol".

"A comunidade internacional deve condenar esta nomeação vergonhosa", afirmou o Ministério de Relações Exteriores israelense em comunicado.

"Essa é a cara do novo governo terrorista do Irã: o presidente Raisi, o 'carniceiro de Teerã', é responsável pelo assassinato de milhares de iranianos e seus ministros são responsáveis por assassinar pessoas em todo o mundo", afirmou um porta-voz da chancelaria israelense.

A Amia também emitiu um comunicado na quarta-feira no qual "condena e repudia veementemente" a nomeação de Vahidi. "A nomeação feita pelo recém-eleito presidente do Irã é inadmissível e, como manifestado hoje pelo Ministério das Relações Exteriores argentino, representa uma afronta à Justiça argentina e às vítimas do brutal ataque terrorista", disse a entidade.

A Amia lembrou que, na época do atentado, Vahidi era chefe da Força Quds, o braço paramilitar do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã.

A associação também afirmou que, para a Justiça argentina, a "responsabilidade intelectual e material" pelo ataque contra sua sede por parte de "cidadãos e funcionários" iranianos e do grupo terrorista Hezbollah foi comprovada.

"Ver acusados de terem participado de um crime contra a humanidade, no qual 85 pessoas foram mortas e mais de 300 feridas, continuarem a gozar de impunidade e, além disso, serem recompensados com altos cargos políticos em seu país é dolorosamente inaceitável", disse a organização.

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