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Parlamento quirguiz foi invadido e depredado por manifestantes oposicionistas | Reuters
Parlamento quirguiz foi invadido e depredado por manifestantes oposicionistas| Foto: Reuters
  • Prédios do governo do Quirguistão foram depredados
  • Um shopping center foi destruído no centro de Bishkek, capital do Quirguistão

O presidente do Quirguistão, Kurmanbek Bakiyev, afirmou nesta quinta-feira que não admite a derrota e que não vai deixar o cargo, apesar da sangrenta revolta e da formação de um governo interino pela oposição. Na noite desta quinta-feira (8), foram ouvidos tiroteios na capital quirguiz, Bishkek.

A resistência de Bakiyev, que fugiu da capital Bishkek, no norte, para o sul do país, eleva a perspectiva de continuidade da instabilidade neste país da Ásia Central que abriga tanto uma base aérea norte-americana, importante para a guerra no Afeganistão, quanto instalações militares russas.

Testemunhas no sul quirguiz disseram à Associated Press que existem milícias armadas que parecem ainda apoiar Bakiyev, mas também existem grupos armados que apoiam a oposição que tomou o poder na capital.

Os protestos neste montanhoso país, uma ex-república soviética, tiveram início na quarta-feira, quando manifestantes irritados invadiram prédios do governo em Bishkek e a polícia respondeu com tiros, deixando dezenas de mortos e centenas de feridos.

"Eu não admito a derrota de forma alguma", disse Bakiyev à rádio Ekho Moskvy, mas também reconheceu que "embora eu seja presidente, não tenho o controle real do poder".

A oposição do Quirguistão tomou o controle das Forças Armadas do país, após a revolta que derrubou o governo, confirmou o ministro interino da Defesa nesta quinta-feira. Além disso, a líder interina Roza Otunbayeva prometeu eleições presidenciais no país em um prazo de seis meses.

"O governo interino está no comando. Essa composição do sistema político funcionará durante seis meses, durante os quais uma nova Constituição será escrita e eleições presidenciais organizadas, de acordo com todas as normas democráticas", afirmou Roza. Ex-ministra das Relações Exteriores, ela assumiu o poder após o presidente Kurmanbek Bakiyev fugir da capital, em meio a sérios distúrbios.

Nesta quinta-feira, Bakiyev disse, em entrevista a uma rádio russa, que estava no sul do país e não tinha intenção de fugir do Quirguistão nem de reconhecer sua derrota.

O general Ismail Isakov, nomeado ministro da Defesa por Roza mais cedo nesta quinta-feira, disse que falou com os líderes militares e eles prometeram obediência ao novo governo. "O Exército está inteiramente ao nosso lado", notou ele. "Não houve qualquer problema."

Milhares de manifestantes saíram às ruas da ex-república soviética na quarta-feira, em uma onda de violentos protestos que terminou com a queda do presidente Kurmanbek Bakiyev. O líder era acusado pela oposição de fomentar a corrupção no país

Na quarta-feira, o Ministério da Saúde contabilizou 75 mortos e cerca de mil feridos nos distúrbios em vários pontos do Quirguistão.

Militares norte-americanos dizem que o governo interino do Quirguistão suspendeu os voos durante 12 horas na base aérea de Manas na quarta-feira. Eles não disseram se os voos foram retomados. Atualmente estão na base, arrendada pelo governo quirguiz aos EUA, 1.100 soldados norte-americanos, bem como contingentes franceses e espanhóis, que apoiam operações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão.

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