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Material apreendido durante a operação | Divulgação/Polícia Militar
Material apreendido durante a operação| Foto: Divulgação/Polícia Militar

A dois dias de assumir o governo de Honduras, o presidente eleito Porfírio Pepe Lobo negocia reservadamente com o presidente da República Dominicana, Leonel Fernández, a concessão de salvo-conduto e título de hóspede para o presidente deposto, Manuel Zelaya.

A interlocutores, Zelaya teria se manifestado favorável ao acordo e disposto a deixar a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa (capital hondurenta) onde está abrigado há quatro meses.

Porém, correligionários de Zelaya questionam parte do acordo. Para eles, a negociação pela concessão de salvo-conduto deixam em segundo plano as discussões sobre o golpe de Estado ocorrido em 28 de junho de 2009 quando o presidente foi deposto e eventuais punições aos responsáveis pelo ato.

Os partidários de Zelaya também reclamam que o acordo referendará as eleições, de novembro do ano passado, nas quais Pepe Lobo saiu vitorioso. Para eles, o acordo entre os governos de Honduras e da República Dominicana indicaria ainda o reconhecimento como legítimo o futuro governo de Pepe Lobo.

Até sexta-feira, o governo brasileiro não havia sido comunicado oficialmente sobre as negociações referentes ao acordo. Mas o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, sinalizou Agência Brasil que o governo brasileiro pode rever a posição de reconhecer a eleição de Pepe Lobo após reunião do Grupo do Rio (formado por chanceleres da América Latina) , no mês que vem, para debater o tema.

O governo brasileiro não reconhece como legítimas as eleições que elegeram Pepe Lobo porque existiriam dúvidas sobre o cenário político em Honduras, considerando que houve um golpe de Estado que depôs Zelaya. Para as autoridades brasileiras, o presidente deposto deveria ter retornado ao poder e transmitir o cargo ao sucessor depois de amanhã (27).

Zelaya foi deposto por uma ação organizada por integrantes das Forças Armadas, da Suprema Corte e do Congresso Nacional sob comando do presidente de facto, Roberto Micheletti. Para o Brasil, o governo Micheletti não é legítimo.

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